As representações sociais do corpo para pessoas com deficiência física adquirida

Bruna   Berri; Andréa Barbará  da Silva Bousfield; Jean Paulo  da Silva; Andréia Isabel   Giacomozzi

doi:10.22235/cp.v14i2.2322

Autores

Bruna Berri Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0003-4589-3909
Andréa Barbará da Silva Bousfield Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0002-4333-4719
Jean Paulo da Silva Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0001-5173-1856
Andréia Isabel Giacomozzi Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0002-3172-5800

DOI:

https://doi.org/10.22235/cp.v14i2.2322

Palavras-chave:

representação social, corpo, deficiência física, pessoas com deficiência

Resumo

O corpo é essencial na formação de impressões sobre alguém, ao se pensar em pessoas com deficiência física, o corpo torna-se o principal marcador da diferença. Na fundamentação teórica dessa pesquisa utilizou-se a Teoria das Representações Sociais e objetivou-se caracterizar as representações sociais do corpo para 12 homens e 12 mulheres com deficiência física adquirida. Como instrumentos utilizou-se entrevista semiestruturada e questionário sociodemográfico. Os dados foram analisados através de Classificação Hierárquica Descendente e análise descritiva. As representações sociais do corpo apresentaram dois eixos estruturais: saúde e estética. Não foram encontradas diferenças significativas nas representações sociais do corpo de homens e mulheres, contudo, alguns elementos vivenciais foram distintos, evidenciando manutenção de comportamento relacionado aos papeis de gênero. Mostra-se pertinente a criação de espaços públicos que se atentem à diversidade corporal e estratégias que estimulem a participação social e política das pessoas com deficiência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abbot, D., Jepson, M., & Hastie, J. (2015) .Men living with long-term conditions: exploring gender and improving social care. Health and Social Care in the Community, 24(4), 420-427. doi: 10.1111/hsc.12222

Agmon, M., Sa’ar, A., & Araten-Bergman, T. (2016). The person in the disabled body: a perspective on culture and personhood from the margins. International Journal for Equity in Health, 15, 147. doi: 10.1186/s12939-016-0437-2

Amaral, L. A. (2002). Diferenças, estigma e preconceito: o desafio da inclusão. Em: M. K. de Oliveira. Psicologia, educação e temáticas da vida contemporânea. São Paulo: Moderna.

Andrieu, B. (2006). Corps. Em: B. Andrieu (Org.), Le dictionnaire du corps en sciences humaines e sociales (pp. 103-104). Paris: CNRS Editions.

Arruda, A. (2015). Image, social imaginary and social representation. Em: G. Sammut, E. Andreouli, G. Gaskell, & J. Valsiner. The Cambridge handbook of social representations (pp. 128-142). Cambridge: Cambridge University Press.

Ayres, M. de la B., Nuernberg, A. H., & Rial, C. S. (2016). Mídia e deficiência: uma abordagem interdisciplinar. R. Inter. Interdisc. INTERthesis, 13(3), 61-80.

Barnes, C., & Mercer, G. (2001). Disability culture: assimilation or inclusion. Em: G. L. Albrecht, K. D. Seelman, & M. Bury, Handbook of Disability Studies (pp. 515-534). Oaks: Sage Publications.

Barsaglini, R. A., & Biato, E. C. L. (2015). Compaixão, piedade e deficiência física: o valor da diferença nas relações heterogêneas. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 22(3), 781-796. doi: 10.1590/S0104-59702015000300007

Camargo, B. V., & Bousfield, A. B. S. (2014). Em direção a um modelo explicativo da relação entre representações sociais e práticas relativas a saúde: a ideia de adesão representacional. Em: E. M. Q. O. Chamon; P. A. Guareschi; P. H. F, Campos. Textos e debates em representações sociais, (pp. 261-284). Porto Alegre: ABRAPSO.

Camargo, B. V., Goetz, E. R., Bousfield, A. B. S., & Justo, A. M. (2011). Representações sociais do corpo: estética e saúde. Temas em Psicologia (Ribeirão Preto), 19, 257-268.

Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: Um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518.

Camargo, B. V., Justo, A. M., & Aguiar, A. (2008). Corpo real, corpo ideal: a autoimagem definindo práticas corporais. In: Trabalhos Completos do VI Congresso Iberoamericano de Psicologia, Lima, Peru.

Carvalho, A. N. (2020). Representações sociais sobre a sexualidade das pessoas com deficiência: um estudo com universitários com e sem deficiência física. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Sergipe, Sergipe. Recuperado de: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/10968/2/ALANA_NAGAI_LINS_CARVALHO.pdf

Castilho, S. M. (2001). A Imagem Corporal. Santo André: Ed. ESETec.

Decreto Legislativo n. 186., de 09 de julho de 2008. (2008). Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. Brasília, DF: Presidência da República. Acesso em 15 de outubro, 2016, em http://www2.senado.gov.br/bdsf/item/id/99423.

Diniz, D., Barbosa, L., & Santos, W. R. dos. (2009). Deficiência, direitos humanos e justiça. Sur. Revista Internacional de Direitos Humanos, 6(11), 64-77. doi: 10.1590/S1806-64452009000200004

Fernandes, A. P. C. dos S., & Denari, F. E. (2017). Pessoa com deficiência: estigma e identidade. Revista da FAEEBA. Educação e Contemporaneidade, 26(50), 77-89.

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa (3a ed.). São Paulo: Artmed.

Furtado, E. R. G. (2009). Representações sociais do corpo, mídia e atitudes. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Gesser, M., & Nuernberg, A. H. (2014). Psicologia, Sexualidade e Deficiência: Novas Perspectivas em Direitos Humanos. Psicologia: Ciência e Profissão, 34(4), 850-863. doi: 10.1590/1982-370000552013

Gesser, M., Nuernberg, A. H., & Filgueiras-Toneli, M. J. (2013). Becoming a person in the gender and disability intersection: a research report. Psicologia em Estudo, 18(3), 419-429. doi: 10.1590/S1413-73722013000300004

Ghiglione, R., & Matalon, B. (1993). O Inquérito – Teoria e Prática. Oeiras: Celta Editora.

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6ª ed.). São Paulo: Atlas.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2011). Censo Demográfico: Resultados Preliminares da Amostra. Acesso em 15 de setembro, 2016, em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_preliminares_ amostra/default_resultados_preliminares_amostra.shtm

Jodelet, D. (1984). The representation of the body and its transformations. Em: R. Farr & S. Moscovici (Orgs.), Social representations (pp. 211-238). Cambridge: Cambridge University Press.

Jodelet, D. (1986). La representación social: Fenómenos, concepto y teoría. Em S. Moscovici (Org.), Psicología social (pp. 469-494). Barcelona/Buenos Aires/México: Paidós.

Jodelet, D. (1994). Le corps, la persone et autrui. Em: S. Moscovici (Org.), Psychologie sociale dês relations à autrui (pp. 41-68). Paris: Nathan.

Jodelet, D. (2017). Representações sociais e mundos de vida. Curitiba: PUCPRess.

Jodelet D., Ohana, J., Bessis-Moñino, C., & Dannenmuller, E. (1982). Systeme de representation du corps et groupes sociaux (relatório vol. 1). Laboratoire de Psychologie Sociale: E.H.E.S.S.

Jones B., S., Duarte B., T., Astorga U., N., Pardo M., M., & Sepúlveda P., R. (2015). Aproximación a la experiencia de cuerpo y sexualidad de un grupo de mujeres chilenas con discapacidad fisica congenita. Revista Chilena de Terapia Ocupacional, 15(1), 19-32. https://doi.org/10.5354/0719-5346.2015.37127

Justo, A. M., & Camargo, B. V. (2013). Cuerpo y cognición social. Liberabit: Revista de Psicología, 19(1), 21-32.

Justo, A. M., Camargo, B. V., & Alves, C. D. B. (2014). Os efeitos de contexto nas representações sociais sobre o corpo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(3), 287-297.

Justo, A. M., Camargo, B. V., & Bousfield, A. B. (2020). Obesidade, representações e categorização social. Barbarói, 56, 164-188. doi: 10.17058/barbaroi.v0i0.14752

Luiz, K. G., & Nuernberg, A. H. (2018). A sexualidade da pessoa com deficiência nas capas da Revista Sentidos: inclusão ou perpetuação do estigma? Fractal, Rev. Psicol., 30(1),58-65.

Martins, B. S. (2015). Uma reinvenção da deficiência: novas metáforas na natureza dos corpos. Fractal: Revista de Psicologia, 27(3), 264-271. doi: 10.1590/1984-0292/1653

Mello, A. G. de, Nuernberg, A. H., & Block, P. (2014). Não é o corpo que nos discapacita, mas sim a sociedade: a interdisciplinaridade e o surgimento dos estudos sobre deficiência no Brasil e no mundo. Em: E. Schimanski & F. G. Cavalcante (Orgs.), Pesquisa e extensão: experiências e perspectivas interdisciplinares (pp. 91-118). Ponta Grossa: Editora UEPG.

Mello, A. G. de, & Nuernberg, A. H. (2012). Gênero e deficiência: interseções e perspectivas. Revista Estudos Feministas, 20(3), 635-655.

Meurer, B., & Gesser, M. (2008). O corpo como lócus de poder: articulações sobre gênero e obesidade na contemporaneidade. In Fazendo Gênero 8: Corpo, Violência e Poder, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Moreno-Fergusson, M. E., & Amaya Rey, M. C. del P. (2012). Cuerpo y corporalidad en la paraplejia: significado de los cambios. Avances en Enfermería, 30(1), 82-94.

Morgado, F. F. da R., Castro, M. R. de, Ferreira, M. E. C., Oliveira, A. J. de, Pereira, J. G., & Santos, J. H. dos. (2017). Representações Sociais sobre a Deficiência: Perspectivas de Alunos de Educação Física Escolar. Revista Brasileira de Educação Especial, 23(2), 245-260. doi: 10.1590/s1413-65382317000200007

Moscovici, S. (2012). A psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis, RJ: Vozes (Original publicado em 1961).

Nicolau, S. M., Schraiber, L. B., & Ayres, J. R. C. M. (2013). Mulheres com deficiência e sua dupla vulnerabilidade: contribuições para a construção da integralidade em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 18(3), 863-872. doi: 10.1590/S1413-81232013000300032

Nogueira, G. C., Schoeller, S. D., Ramos, F. R. S., Padilha, M. I., Brehmer, L. C. F., & Marques, A. M. F. B. (2016). Perfil das pessoas com deficiência física e políticas públicas: a distância entre intenções e gestos. Ciência e Saúde Coletiva, 21(10), 3131-3142. doi: 10.1590/1413-812320152110.17622016

Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (2013). Metodologia de Pesquisa. São Paulo: McGraw Hill.

Vasco, C. C., & Franco, M. H. P. (2017). Indivíduos Paraplégicos e Significado Construído para o Lesão Medular em suas Vidas. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(1), 119-131. doi: 10.1590/1982-3703000072016

Veloz, M. C. T., Nascimento-Schulze, C. M., & Camargo, B. V. (1999). Representações sociais do envelhecimento. Psicologia Reflexão e Crítica, 12(2), 470-50.

Wagner, W. (1998). Sócio-gênese e características das representações sociais. Em: A. S. P. Moreira & D. C. de Oliveira. (Orgs.), Estudos interdisciplinares de representação social (pp. 3-25). Goiânia: AB.

Yin, R. (2001). Estudo de caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman.