A face encoberta dos estereótipos: o sexismo benevolente na reprodução das desigualdades sociais
DOI:
https://doi.org/10.22235/cp.v19i2.4533Palavras-chave:
estereótipos, sexismo, relações intergrupais, gênero, preconceitoResumo
O presente estudo buscou replicar em uma amostra brasileira de 245 indivíduos o instrumento Modelo do Conteúdo dos Estereótipos, mapeando os estereótipos produzidos em uma amostra de brasileiros do sul do país e acrescentando a variável gênero para os grupos sociais evocados. O instrumento prevê a comparação das dimensões Sociabilidade e Competência, as quais correspondem à simpatia ou à competitividade que os grupos sociais despertam. Os resultados demonstraram que as diferenças se deram mais frequentemente no favorecimento aos grupos masculinos. Os grupos sociais femininos apenas foram vistos como mais competentes e mais sociáveis que seus correspondentes masculinos no caso de Mulheres Desempregadas, Pobres e Negras. Discutimos, sob a ótica do racismo e do gênero, que os estereótipos também conservam normas sexistas, ora benevolentes ora hostis, como uma forma de transmissão de ideologias tradicionais, estimulando a manutenção de posições sociais que são úteis ao sistema social desigual.
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