FATORES ENVOLVIDOS NA INTERRUPÇÃO DE UMA PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA COM UMA PACIENTE BORDERLINE: UM ESTUDO DE CASO SISTEMÁTICO

Autores

  • Paula von Mengden Campezatto Faculdade de Psicologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
  • Fernanda Barcellos Serralta Faculdade de Psicologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
  • Luísa Fernanda Habigzang Faculdade de Psicologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Programa de pos graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.22235/cp.v11i2.1342

Palavras-chave:

processo terapêutico, psicoterapia psicanalítica, borderline, estudo de caso

Resumo

Estudos de caso sistemáticos naturalísticos oferecem uma oportunidade para compreender os processos que promovem mudança terapêutica a partir da análise profunda das interações terapeuta-paciente. Da mesma forma, oferecem subsídios para a compreensão dos processos que não alcançaram os objetivos terapêuticos propostos. Este estudo buscou integrar fatores técnicos, variáveis de processo terapêutico e medidas de aliança terapêutica para compreender um processo terapêutico que culminou em interrupção prematura. Método: Estudo de caso sistemático naturalístico, realizado a partir da psicoterapia psicanalítica de uma paciente com Transtorno de Personalidade Borderline. Para tanto, foram utilizados os instrumentos: Instrumento para Avaliar Sessões Psicanalíticas (IASP), Therapeutic Cycles Model (TCM), Psychotherapy Process Q-Set (PQS) e Working Alliance Inventory – versão observacional (WAI-O). Resultados: Identificou-se que as variáveis estudadas não se apresentam de forma linear, revelando a complexidade de uma psicoterapia. Na análise dos resultados, verificou-se que a paciente se mostrava descomprometida com o processo terapêutico e havia indícios de rupturas da aliança terapêutica. Três sessões não foram aderidas à técnica psicanalítica. Implicações dos achados e limitações do estudo foram discutidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Barber, J. P., Connolly, M. B., Crits-Christoph, P., Gladys, L., & Siqueland, L. (2000). See comment in PubMed Commons belowAlliance predicts patients’ outcome beyond in-treatment change in symptoms. Journal of Consulting Clinical Psychology, 68(6), 1027-1032. doi: 10.1037/0022-006X.68.6.1027

Bordin, E. S. (1979). The generalizability of the psychoanalytic concept of the working alliance. Psychotherapy: Theory, Research & Practice, 16(3), 252-260. doi: 10.1037/h0085885

Campezatto, P. v. M., Serralta, F. B., & Habigzang, L. Adesão à técnica psicanalítica no processo de psicoterapia com uma paciente borderline. Revista Brasileira de Psicoterapia. No prelo.

Cassel, P. A., Sanchez, L. F., Campezatto, P. v. M., Khater, E., Nunes, M. L. T., & Yoshida, E. M. P. (2015). Therapeutic Cycles Model (TCM): instrumento de avaliação do processo psicoterapêutico. Psico USF, 20(1), 39-50. doi: 10.1590/1413-82712015200104

Crits-Christoph P., Connolly Gibbons M.B., & Hearon B. (2006). Does the alliance cause good outcome? Recommendations for future research on the alliance. Psychotherapy: Theory, Research, Practice, Training, 43, 280–285. doi: 10.1037/0033-3204.43.3.280.

Dinger, U., Strack, M., Sachsse, T., & Schauenburg, H. (2009). Therapists’ attachment, patients’ interpersonal problems and alliance development over time in inpatient psychotherapy. Psychotherapy, 46, 277-290. doi: 10.1037/a0016913.

Eizirik, C. L., Aguiar, R. W., & Shestatsky, S. (2010). Psicoterapia de Orientação Psicanalítica: fundamentos teóricos e clínicos. Porto Alegre: Artmed.

Gastaud, M. B, Costa, C. P., Padoan, C. S., Berger, D., D’Incao, D. B., Krieger, D. V., Lacerda, L. D., & Camozzato, M. A. V. (2012). Aderência à técnica na psicoterapia psicanalítica: Estudo preliminar. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 61(3), 189-190. doi: 10.1590/S0047-20852012000300012

Gomes, F. G., Ceitlin, L. H., Hauck, S., & Terra, L. (2008). A relação entre os mecanismos de defesa e a qualidade da aliança terapêutica em psicoterapia de orientação analítica. Revista de psiquiatria do Rio Grande do Sul, 30(2), 109-114. doi: 10.1590/S0101-81082008000300006

Hoglend, P., Hersoug, A. G., Amlo, S., Sorbye, O., Rossberg, J. I., Gabbard, G. O., ... Crits-Christoph, P. (2011). Effects of transference work in the context of therapeutic alliance and quality of object relations. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 79(5), 697-706. doi: 10.1037/a0024863.

Horvath, A. O. (1994). Empirical validation of Bordin’s pantheoretical model of the alliance: The Working Alliance Inventory perspective. In. A. O. Horvath & L. S. Greenberg (Eds.). The working alliance: theory, research and practice (pp. 109-130), New York: Wiley.

Jones, E. E. (2000). Therapeutic action, a guide to psychoanalytic therapy. Northvale, NJ: Jason Aronson.

Jung. S. I., Serralta, F. B., Nunes, M. L. T., & Eizirik, C. L. (2015). Desistência e conclusão em psicoterapia psicanalítica, um estudo qualitativo de pacientes em Porto Alegre, Brasil. Revista Brasileira de Psicoterapia, 17(1), 25-40.

Kazdin, A.E. (2007). Mediators and mechanisms of change in psychotherapy research. Annual Review of Clinical Psychology, 3, 1-27. doi: 10.1146/annurev.clinpsy.3.022806.091432

Keller, S.M., Zoellner, L.A., & Feeny, N.C. (2010). Understanding factors associated with early therapeutic alliance in PTSD treatment: Adherence, childhood sexual abuse history, and social support. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 78, 974-979. doi: 10.1037/a0020758

Knijnik, D. Z., Hauck, S., Mombach, C. K., Almeida, E. A., & Eizirik, C. L. (2008). On: Research in analytically oriented group psychotherapy: A tool for the evaluation of adherence to the technique in studies of effectiveness. International Journal of Psychoanalysis, 89, 1222-1223.

Levy, S. R., Hilsenroth, M. J., & Owen, J. J. (2015). Relationship between interpretation, alliance, and outcome in psychodynamic psychotherapy. The Journal of Nervous and Mental Disease, 203(6) 418-424. doi: 10.1097/NMD.0000000000000302

Mergenthaler, E. (2008). Resonating minds: a school-independent theoretical conception and its empirical application to psychotherapeutic processes. Psychotherapy Research, 18(2), 109-26. doi: 10.1080/10503300701883741

Muran, J. C., Gorman, B. S., Eubanks-Carter, C., Safran, J. D., Samstag, L. W., & Winston, A. (2009). The relationship of early alliance ruptures and their resolution to process and outcome in three time-limited psychotherapies for personality disorders. Psychotherapy Theory, Research, Practice, Training, 46(2), 233-248. doi: 10.1037/a0016085

Norcross, J. C. (2011). Psychotherapy Relationships That Work: Evidence-Based Responsiveness. Londres: Oxford. doi: 10.1093/acprof:oso/9780199737208.001.0001

Price, P. B., & Jones, E. E. (1998). Examining the alliance using the psychotherapy process Q-set. Psychotherapy, 35(3), 392-404. doi: 10.1037/h0087654

Samardzié, L., & Nikolé, G. (2014). Transference patterns and working alliance during the early phase of psychodynamic psychotherapy. Vojnosanit Pregl, 71(2), 175-182. doi: 10.2298/VSP1402175S

Safran, J. D., Muran, A., & Shaker, A. (2009). Research oh therapeutic impasse and ruptures in the therapeutic alliance. Contemporary Psychoanalysis, 50(1-2), 211-232. doi: 10.1080/00107530.2014.880318

Sandell, R., Blomberg, J., Lazar, A., Carlsson, J., Broberg, J., & Schubert, J. (2000). Varieties of long-term outcome among patients in psychoanalysis and long-term psychotherapy: A review of findings in the Stockholm Outcome of Psychoanalysis and Psychotherapy Project (STOPP). The International Journal of Psychoanalysis, 81(5), 921-942. doi: 10.1516/0020757001600291

Serralta, F. B., Nunes, M. L. T., & Eizirik, C. L. (2011). Considerações metodológicas sobre o estudo de caso na pesquisa em psicoterapia. Estudos de Psicologia, 28(4), 501-510. doi: 10.1590/S0103-166X2011000400010

Serralta, F. B., Nunes, M. L. T., & Eizirik, C. L. (2007). Elaboração da versão em português do Psychotherapy Process Q-Set. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 29(1), 44-55. doi: 10.15448/1980-8623.2014.1.12531

Webb, C. A., DeRubeis, R. J., Amsterdam, J. D., Shelton, R. C., Hollon, S. D., & Dimidjian, S. (2011). Two aspects of the therapeutic alliance: Differential relations with depressive symptom change. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 79(3), 279-283. doi: 10.1037/a0023252

Publicado

2017-05-15

Como Citar

von Mengden Campezatto, P., Barcellos Serralta, F., & Habigzang, L. F. (2017). FATORES ENVOLVIDOS NA INTERRUPÇÃO DE UMA PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA COM UMA PACIENTE BORDERLINE: UM ESTUDO DE CASO SISTEMÁTICO. Ciencias Psicológicas, 11(1), 7–17. https://doi.org/10.22235/cp.v11i2.1342

Edição

Secção

ARTIGOS ORIGINAIS

Artigos Similares

> >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.