Tipologias de cuidados às pessoas com transtorno de saúde mental na perspectiva dos familiares

Leíza Nazareth Torres Lisbôa; Rudval Souza da Silva

doi:10.22235/ech.v12i1.3018

Autores

Leíza Nazareth Torres Lisbôa Prefeitura Municipal de Camaçari, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8012-7770
Rudval Souza da Silva Universidade Federal da Bahia; Universidade do Estado da Bahia, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7991-8804

DOI:

https://doi.org/10.22235/ech.v12i1.3018

Palavras-chave:

padrão de cuidado, família, cuidadores, atenção à saúde mental

Resumo

Objetivo: Identificar os tipos de cuidados cotidianos às pessoas com transtorno de saúde mental na perspectiva dos familiares. Método: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada utilizando-se da entrevista semiestruturada com quinze familiares de pessoas com transtorno de saúde mental acompanhadas num serviço especializado de saúde mental numa cidade no Nordeste do Brasil. Os dados foram organizados e analisados segundo a técnica de análise de conteúdo temática e discutidos com base na literatura. Resultados: O perfil dos familiares entrevistados caracterizou-se pela maioria do gênero feminino, raça negra, residentes no mesmo domicílio que a pessoa com transtorno de saúde mental, sendo a mãe a principal cuidadora e com apoio dos demais familiares nos cuidados. Foram identificados como principais tipos de cuidados: 1) cuidado de vigilância; 2) cuidado parental; 3) cuidado superprotetor; 4) cuidado permissivo. Conclusão: A família cuida da pessoa com transtorno de saúde mental de acordo com suas possibilidades, entretanto alguns fatores como a falta de conhecimento, os estigmas e os preconceitos podem interferir negativamente na reabilitação psicossocial e autonomia dessa pessoa. É importante que a equipe de saúde forneça orientações e suporte aos familiares de modo a promover um cuidado integral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Yasui S, Luzio CA, Amarante P. Atenção psicossocial e atenção básica: a vida como ela é no território. Revista Polis e Psique. 2018 [citado 2022 Out 13];8(1):173-190. doi: 10.22456/2238-152X.80426.

Salazar-Torres LJ, Castro-Alzate ES, Dávila-Vásquez PX. Caregiver burden in families of people with mental illness linked to the day hospital programme of a tertiary institution in the city of Cali (Colombia). Revista Colombiana de Psiquiatría. 2019 [citado 2022 Abr 6];48(2):88-95. doi: 10.1016/j.rcp.2017.08.002.

Hespanha P, Portugal S, Nogueira C, Pereira JM, Hespanha MJ. Doença mental, instituições e famílias: os desafios da desinstitucionalização em Portugal. Coimbra: Edições Almedina-CES: políticas, sociais; 2012.

Rosa LCS, Silva SLC. Família(s) e (Des)Institucionalização na Saúde Mental: Contexto e Perspectivas. Rev. FSA. 2020 [citado 2022 Nov 10];17(11):348-371. doi: 10.12819/2020.17.11.18.

Almeida MHS, Mendonça ES. Um olhar à família: ressonâncias psicossociais em familiares que convivem com uma pessoa em situação de transtorno mental. Revista Barbarói. 2017 [citado 2022 Jun 4];(49):01-24. doi: 10.17058/barbaroi.v0i49.6617.

Sampaio ML, Bispo JP. Rede de Atenção Psicossocial: avaliação da estrutura e do processo de articulação do cuidado em saúde mental. Cad. Saúde Pública. 2021 [citado 2023 Mar 11];37(3):e00042620. doi: 10.1590/0102-311X00042620.

Nascimento LA, Leão A. Estigma social e estigma internalizado: a voz das pessoas com transtorno mental e os enfrentamentos necessários. Hist Cienc Saude, Manguinhos. 2019 [citado 2022 Abr 30];26(1):103-121. doi: 10.1590/S0104-59702019000100007.

Bajil P, Coligcki D, Prevolnik-Rupel V, Brouwer WBF, Zrubka Z, Gulácsi L, et al. The burden of informal caregiving in Hungary, Poland and Slovenia: results from national representative surveys. Eur J Health Econ. 2019 [citado 2022 Mai 2];20(1):05-16. doi: 10.1007/s10198-019-01058-x.

Kantorski LP, Cardano M, Borges LR, Machado RA. The daily practices as key in mental health intervention. Esc Anna Nery. 2021 [citado 2023 Mar 11];25(1):e20190373. doi: 10.1590/2177-9465-EAN-2019-0373.

Brito PMC, Alves MB, Oliveira VM, Nóbrega MPSS, Baptista SCO, Silva RS. Users of alcohol and other drugs in the psychosocial care network: nursing care. Enfermería (Montevideo). 2021 [citado 2023 Mar 11];10(2):175-190. doi: 10.22235/ech.v10i2.2546.

Minayo MCS, Costa AP. Fundamentos Teóricos das Técnicas de Investigação Qualitativa. Revista Lusófona de Educação. 2018 [citado 2022 Nov 20];40:11-20. doi: 10.24140/issn.1645-7250.rle40.01.

Souza VR, Marziale MH, Silva GT, Nascimento PL. Translation and validation into Brazilian Portuguese and assessment of the COREQ checklist. Acta Paul Enferm. 2021 [citado 2022 Fev 2];34:eAPE02631. doi: 10.37689/acta-ape/2021AO02631.

Bardin, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2016.

Magalhães JJ, Lopes RE, Nóbrega-Therrien SM, Vasconcelos SB. Caregiver Women’s Coping Strategies Toward Schizophrenia Bearing People. J. res. fundam. care. 2018 [citado 2022 Nov 20];10(3):793-800. doi: 10.9789/2175-5361.2018.v10i3.793-800.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. Estudos e Pesquisas: Informação Demográfica e Socioeconômica. 2019 [citado 2022 Fev 28];41:1-12. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf.

Kantorski LP, Jardim VMR, Treichel CAS, Andrade APM, Silva MSSJ, Coimbra VCC. Gênero como marcador das relações de cuidado informal em saúde mental. Cad. saúde colet. 2019 [citado 2022 Ago 1];27(1):60-66. doi: 10.1590/1414-462X201900010071.

Ramos AC, Calais SL, Zotesso MC. Convivência do familiar cuidador junto à pessoa com transtorno mental. Contextos clínicos. 2019 [citado 2022 Ago 10];12(1):282-302. doi: 10.4013/ctc.2019.121.12.

Batista EC. Experiências vividas pelo cônjuge cuidador da esposa em tratamento psiquiátrico. Fractal, Rev Psicol. 2020 [citado 2023 Mar 11];32(1):31-9. doi: 10.22409/1984-0292/v32i1/5646.

Reis TL, Dahl CM, Barbosa SM, Teixeira MR, Delgado PGG. Burden and participation of family in the care of Psychosocial Care Centers users. Saúde em Debate. 2016 [citado 2022 Nov 20];40(109):70-85. doi: 10.1590/0103-1104201610906.