Autonomia de mulheres com doença renal para a diálise peritoneal no domicílio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22235/ech.v10i2.2337

Palavras-chave:

Autonomia Pessoal, Insuficiência Renal Crônica, Diálise, Saúde da Mulher, Pesquisa Qualitativa

Resumo

Introdução: A doença renal crônica se caracteriza pela disfunção dos rins na eliminação de toxinas. Uma das alternativas de terapia é a diálise peritoneal, na qual o indivíduo encontra diversos desafios, visto que, além das mudanças no estilo de vida devido à doença, o tratamento exige certa adaptação e disciplina, tanto da pessoa, quanto da família. Objetivo: Analisar a construção da autonomia de mulheres com doença renal crônica para realizar a diálise peritoneal no domicílio. Método: Estudo de abordagem qualitativa, sustentado teoricamente pelo conceito de autonomia proposto pelo educador brasileiro Paulo Freire.  Os dados foram produzidos entre abril de 2013 e junho de 2014, por meio de entrevista semiestruturada e aberta, organizados no programa Ethnograph v6, tendo sido submetidos à análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. Resultados: Foram construídas quatros categorias que descreveram a construção da autonomia das mulheres, sendo elas: Surgimento da doença:  busca por cuidados e diagnóstico; Necessidade de realizar a diálise peritoneal no hospital; Transição do cuidado: apoio e assistência para o retorno ao domicílio, e Gerenciando a diálise peritoneal no domicílio. Conclusão: A construção da autonomia das mulheres ocorreu no decorrer do processo de adoecimento e seguiu-se no retorno ao domicílio com o auto manejo da diálise. Ainda, evidenciou-se que o (re)conhecimento do próprio corpo e avaliação constante da diálise foram indispensáveis para empoderá-las e decidir sobre o tratamento.

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Biografias Autor

Luiza Pereira Vargas Rodrigues, Universidade Luterana do Brasil

Atualmente, Enfermeira residente (R2) em Saúde do Adulto e do Idoso com ênfase em Enfermagem Cirúrgica pelo Programa de Residência Multiprofissional da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Graduada pela faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, período no qual foi bolsista PROBIC/FAPERGS entre o período de agosto de 2015 à agosto de 2017, participando da pesquisa intitulada "Atenção à saúde nos serviços de terapia renal substitutiva da metade sul do Rio Grande do Sul"

Juliana Graciela Vestena Zillmer, Universidade Federal de Pelotas

Possui graduação em Licenciatura em Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas (2007), graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas (2007), mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas (2009) e doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (2014). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Pelotas e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem, atuando principalmente nos seguintes temas: pesquisa qualitativa, família, doença renal crônica, atenção a saúde e cuidado de enfermagem.

Franciele Roberta Cordeiro, Universidade Federal de Pelotas

Professora Adjunta na Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Enfermeira pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Especialista em Cuidados Paliativos pela Université Grenoble Alpes (Grenoble/França). Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora em Enfermagem pela UFRGS. Realizou estágio de doutorado sanduíche no Centre Hospitalier Universitaire de Grenoble/ Université Grenoble Alpes (09/2015 à 08/2016), por meio do Programa Ciência Sem Fronteiras/CNPq. Líder do Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN- UFPel), colaboradora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Prevenção e Tratamento de Lesões Cutâneas (GEPPTELC-UFPel) e do Grupo de Pesquisa em Estudos Culturais na Educação, em Saúde e Enfermagem (CULT-UFRGS). Apresenta experiência em hemato-oncologia e em cuidados paliativos. Interesse de pesquisa: a morte e os cuidados paliativos na perspectiva dos Estudos Culturais e Foucaultianos.

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Publicado

2021-11-18

Como Citar

Rodrigues, L. P. V., Zillmer, J. G. V., Cordeiro, F. R., & Vasconcelos, T. R. (2021). Autonomia de mulheres com doença renal para a diálise peritoneal no domicílio. Enfermería: Cuidados Humanizados, 10(2), 58–72. https://doi.org/10.22235/ech.v10i2.2337