10.22235/cp.v19i1.3748

Artigos Originais

Efeitos de intervenções de mindfulness nas funções executivas de adultos: uma revisão sistemática

Effects of interventions of mindfulness on executive functions in adults: a systematic review

Efectos de las intervenciones de mindfulness sobre las funciones ejecutivas en adultos: una revisión sistemática

 

Iana Silva Lemos1, ORCID 0000-0002-7022-4937

Geovan Menezes de Sousa Júnior2, ORCID 0000-0002-8674-5067

Geissy Lainny de Lima Araújo3, ORCID 0000-0002-3024-4853

Júnnia Maria Moreira4, ORCID 0000-0003-1167-111X

Ivani Brys5, ORCID 0000-0001-7859-1160

 

1 Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brasil

2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil

3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil

4 Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brasil

5 Universidade Federal do Vale do São Francisco; Universidade Federal de Santa Maria, Brasil, [email protected]

 

Resumo:

Funções executivas são processos cognitivos que permitem com que se possa lidar com obstáculos inesperados, ver a mesma situação por diferentes perspectivas, se concentrar em uma atividade e resistir a impulsos. Intervenções de mindfulness podem melhorar as funções executivas porque treinam de forma direta essas funções ao mesmo tempo em que reduzem fatores que as prejudicam. Para melhor compreensão destes efeitos, foi realizada uma revisão sistemática de ensaios controlados randomizados, publicados nos últimos 5 anos, sobre efeitos de intervenções de mindfulness nas funções executivas de adultos, com idades entre 18 e 60 anos. Foram encontrados 1304 artigos, após remoção das duplicatas e leitura de título e resumo, restaram 32 artigos. Após leitura completa desses artigos e análise de risco de viés, 6 artigos foram incluídos no estudo. Em todos os estudos incluídos na revisão foram encontrados efeitos positivos sobre diferentes funções executivas, como atenção, controle cognitivo e flexibilidade psicológica, advindos da participação desses tipos de intervenções, sendo que em quatro destes estudos, os efeitos foram maiores que os observados no grupo controle. Intervenções baseadas em mindfulness demonstram potencial para a melhora de funções executivas de controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva tanto para populações clínicas como não-clínicas.

Palavras-chave: mindfulness; funções executivas; flexibilidade cognitiva; memória de trabalho; controle inibitório.

 

Abstract:

Executive functions are cognitive processes that allow individuals to deal with unexpected obstacles, see the same situation from different perspectives, focus on a task, and resist impulses. Mindfulness interventions may improve executive functions by directly training these functions while reducing factors that impair them. To better understand these effects, a systematic review of randomized controlled trials on the effects of mindfulness interventions on executive functions in adults aged 18 to 60 years, published in the last 5 years was conducted. A total of 1304 articles were found, and after removing duplicates and reviewing titles and abstracts, 32 articles remained. After a thorough reading of these articles and bias risk analysis, 6 articles were included in the study. All the studies included in the review found positive effects on different executive functions, such as attention, cognitive control, and psychological flexibility, resulting from participation in these types of interventions, with four of these studies showing greater effects compared to the control group. Mindfulness-based interventions demonstrate potential for improving inhibitory control, working memory, and cognitive flexibility in both clinical and non-clinical populations.

Keywords: mindfulness; executive functions; psychological flexibility; working memory; inhibitory control.

 

Resumen:

Las funciones ejecutivas son procesos cognitivos que permiten afrontar obstáculos inesperados, ver una misma situación desde diferentes perspectivas, centrarse en una actividad y resistir impulsos. Las intervenciones de mindfulness pueden mejorar las funciones ejecutivas porque las entrenan directamente y reducen los factores que las perjudican. Para una mejor comprensión de estos efectos, se realizó una revisión sistemática de ensayos controlados aleatorios, de los últimos 5 años, sobre los efectos de las intervenciones de mindfulness en las funciones ejecutivas en adultos, con edades entre 18 y 60 años. Se encontraron 1304 artículos, luego se eliminar duplicados, y al leer el título y el resumen quedaron 32 artículos. Después de la lectura completa de estos artículos y el análisis del riesgo de sesgo, restaron 6 artículos. En todos los estudios se encontraron efectos positivos sobre diferentes funciones ejecutivas, como la atención, el control cognitivo y la flexibilidad psicológica, derivados de la participación de este tipo de intervenciones, y en cuatro de estos estudios, los efectos fueron mayores que los observados en el grupo de control. Las intervenciones basadas mindfulness demuestran potencial para mejorar las funciones ejecutivas de control inhibitorio, la memoria de trabajo y la flexibilidad cognitiva tanto para poblaciones clínicas como no clínicas.

Palabras clave: mindfulness; funciones ejecutivas; flexibilidad cognitiva; memoria de trabajo; control cognitivo.

 

Recebido: 06/11/2023

Aceito: 29/11/2024

 

 

Entende-se que para um indivíduo se adaptar adequadamente e conseguir obter sucesso no contexto social atual faz-se importante uma série de habilidades como autocontrole, flexibilidade, disciplina, criatividade, entre outras. O desempenho dessas habilidades está ligado ao bom funcionamento das funções executivas, que são processos cognitivos ou mentais que permitem com que se possa lidar com obstáculos inesperados, ver a mesma situação por diferentes perspectivas, se concentrar em uma atividade e resistir a impulsos (Diamond, 2013).

Estudos demonstram a importância das funções executivas para a saúde mental e física, relacionando-as a uma série de benefícios. Indivíduos com bom funcionamento de suas funções executivas tendem a apresentar melhores resultados profissionais e acadêmicos, satisfação no relacionamento conjugal, comportamentos pró sociais, maior qualidade de vida, controle de peso, resistência ao abuso de substâncias, maior habilidade de fazer e manter amigos, entre outros (Cásedas et al., 2020; Diamond & Ling, 2016). A partir disso, entende-se o papel fundamental das funções executivas para maiores chances de uma vida saudável e equilibrada.

Pode-se compreender as funções executivas como divididas em três núcleos principais: controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. A partir dessas funções superiores, é possível derivar outros tipos de funções como raciocínio, planejamento e resolução de problemas (Cásedas et al., 2020; Diamond, 2013; Diamond & Ling, 2016; Im et al., 2021). Outra possível classificação seria dividir entre funções de inibição (inhibition), atualização (updating) e mudança (shifting) (Zhou et al., 2020). Para fins deste estudo, as funções executivas foram categorizadas em três tipos principais: controle inibitório ou inibição, memória de trabalho ou atualização e flexibilidade cognitiva e mudança.

Segundo Cásedas et al. (2020), o controle inibitório, também descrito como inibição (inhibition) (Millett et al., 2021), diz respeito à capacidade de controle sobre a própria atenção, pensamentos, emoções e comportamento como forma de superar predisposições internas ou tentações externas a fim de um objetivo a longo prazo. É o que permite escolher como reagir diante de uma situação, resistir a impulsos e modificar hábitos. No âmbito atencional, permite com que se possa focar de forma seletiva em algo e suprimir outros estímulos, com a possibilidade de suprimir memórias e pensamentos indesejados (Diamond, 2013). Em nível cerebral, o controle inibitório está relacionado à atividade do córtex pré-frontal dorsolateral e do córtex anterior cingulado (Millett et al., 2021).

A memória de trabalho ou atualização (updating) (Millett et al., 2021) diz respeito à capacidade mental de manter informações a serem processadas e de manipular essas informações de forma simultânea (Cásedas et al., 2020; Diamond, 2013). A memória de trabalho envolve o monitoramento de informações e a substituição de informações antigas e não relevantes por novas de maior importância (Zhou et al., 2020). A memória de trabalho é considerada uma função crítica e que influencia outras funções cognitivas, como raciocínio e resolução de problemas, pois exige a manutenção de muitas informações simultaneamente, reorganizando-as e também criando interrelações entre elas (Diamond & Ling, 2016). As regiões cerebrais relacionadas a essa função executiva são os lobos frontais, especificamente o córtex pré-frontal dorsolateral (Millett et al., 2021).

Por último, a flexibilidade cognitiva ou mudança (shifting) (Millett et al., 2021) é uma função importante frente a situações novas e desafiadoras que requerem adaptação, novas formas de entender ou lidar com problemas, ou até mesmo para ver a mesma coisa por diferentes ângulos (Diamond & Ling, 2016). Outros aspectos relacionados à flexibilidade cognitiva seriam a capacidade de admitir erros, aproveitar novas oportunidades e mudar pensamentos (Diamond, 2013). Segundo Cásedas et al. (2020), a flexibilidade cognitiva é a capacidade de modificar nossos esquemas mentais para se adaptar de forma eficiente às demandas do ambiente. Essa função depende da atividade de regiões frontais, occipitais e parietais do cérebro (Millett et al., 2021).

As funções executivas influenciam em muitas áreas importantes da vida (Teper et al., 2013) e quanto melhor o seu funcionamento, maiores as chances de sucesso e melhoras em diferentes domínios (Diamond & Ling, 2016). Nesse sentido, faz-se importante entender também o que acontece caso haja disfunções nesse sistema. Algumas das causas para disfunções nesse âmbito podem ser o envelhecimento, derrames, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) (Cásedas et al., 2020); como também, estresse, privação de sono, tristeza, estado físico ruim, entre outros (Zhou et al., 2020). De acordo com estudos, as funções executivas são uma das primeiras afetadas quando algo na vida de um indivíduo não vai bem (Diamond, 2013).

Os efeitos do estresse, da solidão, da tristeza, da falta de saúde física, entre outros aspectos, podem ser tão prejudiciais a ponto de causar danos que se assemelham a sintomas de transtornos psicológicos como o TDAH. Problemas com as funções executivas estão relacionados a uma série de resultados negativos como baixo desempenho acadêmico, problemas comportamentais, diminuição nas habilidades de raciocínio, baixo autocontrole e problemas de memória (Zhou et al., 2020).

Segundo Diamond e Ling (2016), intervenções que tendem a ter melhor resultado no âmbito das funções executivas são aquelas que além de treinar de forma direta essas funções, também atuam na redução de fatores que as prejudicam e aumentam fatores que as melhoram. Programas que não se preocupam com a redução de estresse dos indivíduos ou em melhorar seus níveis de felicidade, conexão social, entre outros, podem acabar não obtendo bons resultados em relação à melhora dessas funções.

Diante do exposto, pode-se pensar que um tipo de intervenção com potencial para atender a essas demandas seriam as baseadas em mindfulness, que ao longo das últimas décadas têm tido um crescimento exponencial e apontado para importantes evidências em relação a benefícios nos aspectos físicos e mentais de diferentes populações (Cásedas et al., 2020; Im et al., 2021; Millett et al., 2021; Zhou et al., 2020). Pode-se definir mindfulness como um estado de consciência que se alcança quando se está voltado para o momento presente, com uma postura de abertura, aceitação e não julgamento da experiência (Gill et al., 2020; Mak et al., 2018; Millett et al., 2021).

Dentre os principais benefícios encontrados estão a redução dos níveis de estresse, ansiedade, depressão, melhora ao enfrentamento da dor crônica, aumento da capacidade de regulação emocional, bem-estar e redução do consumo de álcool e outras substâncias (Alizadehgoradel et al., 2019; Creswell, 2017; Im et al., 2021; Zhou et al., 2020). Evidências empíricas também apontam para benefícios das intervenções de mindfulness em relação às funções executivas (Cásedas et al., 2020; Im et al., 2021), e esses resultados podem ser observados mesmo em intervenções de curta duração (Zhou et al., 2020).

Diante disso, pode-se hipotetizar que as intervenções baseadas em mindfulness poderiam ser efetivas para promover melhora nas funções executivas. Além de reduzir fatores como estresse, depressão e outros que as afetam negativamente, tais intervenções modificam funcional e estruturalmente regiões cerebrais como o córtex anterior cingulado, o córtex pré-frontal dorsolateral, a ínsula e a densidade da massa cinzenta no hipocampo (Creswell, 2017; Millett et al., 2021).

Nos últimos anos, estudos de revisão sistemática e meta-análise foram realizados a fim de melhor investigar os reais efeitos das intervenções de mindfulness sobre as funções executivas (Cásedas et al., 2020; Im et al., 2021; Millett et al., 2021). No geral, esses estudos demonstram efeitos significativos em relação à melhora dessas funções a partir de intervenções de mindfulness, porém, mesmo nas publicações mais recentes, a maior parte dos estudos encontrados são de até no máximo o ano de 2017. Artigos que incluem estudos mais recentes apresentam disparidades entre si nos critérios de inclusão em relação a tipos de intervenção, tipo de estudos analisados, conceituação das funções executivas e do mindfulness, tipos de testes analisados, entre outros fatores.

A partir desse contexto, observou-se a importância de realizar um estudo de revisão sistemática de ensaios controlados randomizados sobre os efeitos de intervenções de mindfulness sobre as funções executivas em adultos entre 18 e 60 anos nos últimos 5 anos, a fim de proporcionar um update sobre o tema, bem como analisar se surgem resultados novos ou distintos a partir dos critérios definidos no presente estudo.

 

 

Materiais e Método

 

 

O presente estudo consiste em uma revisão sistemática de acordo com Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA Statement 2020 (Page et al., 2021) e registrada na plataforma International Prospective Register of Systematic Reviews - PROSPERO (CRD42022349640).

 

 

Revisão de literatura

 

 

Para realizar as buscas dos estudos, dois avaliadores utilizaram as bases de dados da Web of Science, Pubmed, PsycINFO e Scopus para buscar artigos publicados nos últimos 5 anos (entre 2017 e 2022). Os termos descritores utilizados para formar as palavras-chave foram baseados nos termos encontrados na plataforma MeSH. Após alguns testes, a estratégia de busca definida foi: (mindfulness) OR (mindfulness intervention) OR (mindfulness meditation) AND (psychological flexibility) OR ("Cognitive flexibility) OR (executive functions) OR (self-control) OR (inhibitory control).

 

 

Critérios de elegibilidade

 

 

Os estudos incluídos na pesquisa foram ensaios controlados randomizados, realizados nos últimos 5 anos e publicados na língua inglesa. O público-alvo foi de adultos entre 18 e 60 anos e obrigatoriamente as intervenções de mindfulness utilizadas nos estudos deveriam ser baseadas em protocolos como Mindfulness Based Stress Reduction (MBSR), Mindfulness Based Cognitive Therapy (MBCT), entre outros.

 

 

Análise metodológica

 

 

Foi utilizada a plataforma online CADIMA, para triagem, na qual a seleção dos artigos foi realizada por dois pesquisadores de forma blindada. Após a mesma, utilizou-se a ferramenta Risk of Bias Tool (ROB-2) para análise do risco de viés.

 

 

Extração dos dados

 

 

Para extração dos dados, foi criada uma tabela contendo as informações descritivas dos estudos: quantidade de participantes, faixa etária média, tipo de intervenção, tipo de grupo controle, função executiva estudada e principais resultados.

 

 

Resultados

 

 

Após aplicação da estratégia de busca nas bases de dados, foram encontrados 1304 artigos, dos quais 225 duplicatas foram removidas. Foram analisados por título e resumo 1079 artigos, dos quais 1047 foram excluídos. 32 artigos foram analisados a partir da leitura completa do artigo e destes, 24 foram excluídos por não utilizarem práticas de mindfulness baseadas em algum protocolo já existente, por ter tido público com faixa etária acima dos 60 anos ou por não terem sido estudos randomizados. Para análise do risco de viés, restaram 8 artigos, dos quais 6 apresentaram baixo risco de viés e foram incluídos na análise final do estudo. A Figura 1 mostra o diagrama Prisma do estudo.

 

Figura 1: Diagrama PRISMA

 

Nota. PRISMA Flow Diagram (Page et al., 2021).

 

 

Características gerais dos estudos

 

 

Todos os estudos incluídos na revisão (Alizadehgoradel et al., 2021; Garland et al., 2019; Hoxhaj et al., 2018; Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020) encaixaram-se nos critérios de terem sido ensaios controlados randomizados, com intervenção em mindfulness baseada em algum protocolo já existente (e.g. Mindfulness-based Stress Reduction, MBSR), com participantes na faixa etária entre 18 e 60 anos e baixo risco de viés. Todos os estudos tiveram um grupo controle ativo ou passivo e avaliaram algum aspecto das funções cognitivas.

Em três destes estudos (Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020), a população foi não-clínica e nos outros três, a população clínica foi de participantes com dor crônica (Garland et al., 2019), transtorno por uso de metanfetamina (Alizadehgoradel et al., 2021) ou adultos diagnosticados com TDAH (Hoxhaj et al., 2018).

Em relação ao gênero e à idade dos participantes, todos os estudos apresentaram uma distribuição sem grandes disparidades na linha de base e também utilizaram métodos de randomização que permitiram bom equilíbrio em relação à idade, gênero e outras variáveis nos grupos de intervenção e controle, levando também a um baixo risco de viés. Mais detalhes sobre a quantidade de participantes de cada gênero e idade média podem ser vistos na Tabela 1.

 

Tabela 1: Características gerais dos participantes

 

 

Notas. DP: Desvio Padrão; CG: Grupo controle; MBI: Intervenção de mindfulness (Mindfulness-based Intervention); tDCS: transcranial direct current stimulation; MBSR: Mindfulness-based Stress Reduction; TDAH: Transtorno por Déficit de Atenção e Hiperatividade; MORE: Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement; MBSAT: Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment; MAP: Mindfulness Awareness Practices; MBCT: Mindfulness-Based Cognitive Therapy.

 

 

Funções executivas analisadas e intervenções de mindfulness

 

 

As funções executivas analisadas nos estudos incluídos na revisão foram atenção (Hoxhaj et al., 2018; Zhu et al., 2019); controle cognitivo e inibição (Garland et al., 2019); funções executivas e craving (Alizadehgoradel et al., 2021); controle executivo e orientação (Quan et al, 2018), e flexibilidade cognitiva (Zou et al, 2020).

As intervenções de mindfulness foram as seguintes: Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR), com duração de 12 semanas (Zhu et al, 2019); Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement (MORE), com duração de 8 semanas (Garland et al., 2019); Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment (MBSAT), com duração de 6 semanas e duas sessões por semana (Alizadehgoradel et al., 2021); Mindfulness Awareness Practices (MAP), com duração de 8 semanas (Hoxhaj et al., 2018); Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT), com duração de 7 dias (Quan et al., 2018) e MBSR, com duração de  8 semanas (Zou et al., 2020).

Dois estudos utilizaram a lista de espera como grupo controle passivo (Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020;); e os outros estudos utilizaram grupos controles ativos como grupo de apoio (Garland et al., 2019); transcranial direct current stimulation (tDCS), tDCS combinado com MBSAT e placebo (Alizadehgoradel et al., 2021); psicoeducação (Hoxhaj et al., 2018) e relaxamento (Quan et al., 2018). Mais detalhes sobre cada intervenção podem ser vistos na Tabela 1.

 

 

Principais tarefas cognitivas e instrumentos utilizados

 

 

As tarefas e instrumentos utilizados em cada estudo estão descritos na Tabela 2, onde é possível observar que houve grande variabilidade nas medidas utilizadas. No que diz respeito às tarefas cognitivas utilizadas para avaliar as funções executivas, no estudo de Zhu et al. (2019) foi utilizado o Continuous Performance Test (CPT) para analisar a atenção sustentada. Nessa tarefa, os participantes precisavam monitorar uma única letra e tinham que responder quando o estímulo alvo aparecesse na tela do computador. Foi utilizado também o teste de Stroop, no qual o indivíduo deveria julgar a cor do estímulo que aparecia na tela e apertar a tecla correspondente à cor. A tarefa utilizada por Garland et al. (2019) foi o Emotional Go/NoGo para avaliar a resposta de inibição em um contexto de interferência emocional negativa. Essa tarefa consistiu em dois estímulos (letras maiúsculas M e W) sobrepostas a 6 imagens que representavam um contexto emocional negativo ou neutro, e os participantes eram orientados a pressionar o botão o mais rápido possível quando a letra M (Go) aparecesse e se reter em pressionar o botão quando aparecia a letra W (NoGo).

O estudo de Alizadehgoradel et al. (2021) também utilizou a tarefa Go/NoGo para avaliar o controle cognitivo dos participantes. Além dessa tarefa, foi utilizado o N-Back Test para avaliar memória de trabalho, no qual, vários estímulos visuais foram apresentados e o participante deveria pressionar 1 se o estímulo mostrado fosse idêntico ao anterior e 2 se fosse diferente; o Wisconsin Card Sorting Test (WCST) para avaliar a performance do córtex pré-frontal, contendo 64 cartas distintas  cada uma contendo uma de 4 formas (triângulo, estrela, cruz e círculo) e uma de 4 cores (azul, amarelo, vermelho e verde), no qual os participantes precisavam colocar as cartas por ordem de formato, número (quantidade) ou cor; e por último o Balloon Analogue Risk Task (BART) para avaliar a tendência a comportamentos de risco e tomada de decisão de risco; nessa tarefa aparecia a imagem de um balão na tela do computador e os participantes precisavam pressionar na imagem e poderiam receber uma recompensa que poderia ser acumulada, ou, poderiam também perder toda a recompensa caso, ao pressionarem o balão, o mesmo explodisse.

Hoxhaj et al. (2018) utilizaram o CAARS, um teste contendo 8 subescalas para avaliar sintomas relacionados ao TDAH, dentre eles a inatenção, com um total de 66 itens numa escala tipo Likert de 4 pontos. Quan et al. (2018) avaliaram orientação e controle executivo através do Attention Network Test, no qual eram apresentados estímulos aos participantes e esses precisavam reagir com a maior velocidade e acurácia possível. No estudo de Zou et al. (2020) foi utilizada a escala CFI, que tem um total de 20 itens numa escala tipo Likert variando de 1 a 5 pontos, para avaliar aspectos relacionados à flexibilidade cognitiva.

 

 

Efeitos do mindfulness sobre o controle inibitório (atenção, controle executivo ou cognitivo), memória de trabalho e flexibilidade cognitiva

 

 

Sobre os principais resultados encontrados, em relação à atenção, o estudo feito com população não-clínica (Zhu et al., 2019), intervenção de 12 semanas baseada no protocolo MBSR e grupo controle de lista de espera, demonstrou melhora significativa nas emoções positivas e na atenção sustentada para os participantes do grupo mindfulness em comparação com o grupo controle. Em outro estudo, realizado com participantes com diagnóstico de TDAH (Hoxhal et al., 2018), que avaliou efeitos de uma intervenção mindfulness o MAP de 8 semanas sobre a atenção em comparação a um grupo controle de psicoeducação, houve melhoras significativas em relação à atenção e sintomas associados, mesmo após 6 meses (follow-up). Porém, não houve diferenças significativas em relação aos grupos, indicando que tanto o MAP quanto à psicoeducação foram intervenções efetivas para reduzir a sintomatologia do TDAH.

Em relação ao controle cognitivo ou controle inibitório, tanto no estudo realizado com pacientes com dor crônica (Garland et al., 2019), quanto no estudo com usuários de metanfetamina (Alizadehgoradel et al., 2021), os participantes do grupo de intervenção mindfulness obtiveram melhora significativa quando comparados ao grupo controle. Sobre memória de trabalho, no estudo de Alizadehgoradel et al., 2021, os participantes da intervenção MBSAT tiveram melhora significativa quando comparados ao grupo placebo. No estudo de Quan et al. (2018), os participantes do grupo de MBCT se tornaram mais responsivos à orientação e ao controle executivo após sete dias de intervenção quando comparados ao grupo controle de relaxamento. Sobre a flexibilidade cognitiva, os estudos com população clínica (Alizadehgoradel et al., 2021) e não-clínica (Zou et al., 2020) encontraram melhoras significativas nos grupos de intervenção de mindfulness se comparados aos grupos controles. Todos esses resultados podem ser observados na Tabela 2.

 

Tabela 2: Tipos de intervenções e principais resultados

 

 

Notas. MBI: Intervenção de mindfulness (Mindfulness-based Intervention); tDCS: transcranial direct current stimulation; MBSR: Mindfulness-based Stress Reduction; TDAH: Transtorno por Déficit de Atenção e Hiperatividade; MAP: Mindfulness Awareness Practices; MORE: Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement; MBCT: Mindfulness-Based Cognitive Therapy; MBSAT: Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment.

 

 

Descrição dos protocolos utilizados nos estudos

 

 

As intervenções de todos os estudos foram baseadas em protocolos com um grande aparato de evidências apontando para diferentes benefícios em relação à saúde mental e física de populações clínicas e não-clínicas. No total, foram identificados 5 protocolos diferentes utilizados nos estudos: Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) (Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020); Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement (MORE) (Garland et al., 2019); Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment (MBSAT) (Alizadehgoradel et al., 2021); Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT) (Quan et al., 2018) e Mindfulness Awareness Practices (MAP) (Hoxhaj et al., 2018), sendo este último derivado de práticas presentes no MBSR e MBCT. Mais detalhes sobre cada protocolo podem ser observados na Tabela 3. De acordo com o que foi encontrado nos estudos incluídos na revisão, todos os protocolos obtiveram efeitos significativos no que diz respeito às funções executivas, sendo que em 4 dos 6 artigos esses benefícios foram superiores aos observados no grupo controle.

 

Tabela 3: Descrição dos protocolos

 

 

Notas. ¹ Vibe et al. (2017); ² Garland (2014), e Garland e Howard (2013); ³ Himelstein e Saul (2015), e Alizadehgoradel et al. (2019); 4 van der Velden et al. (2015), e Liberali (2017); 5Hoxhaj et al. (2018).

 

 

Discussão

 

 

O presente estudo constituiu-se em uma revisão sistemática de estudos científicos publicados nos últimos 5 anos (2017 a 2022) sobre os efeitos de intervenções baseadas em mindfulness nas funções executivas de adultos (entre 18 e 60 anos). Todos os artigos incluídos no estudo utilizaram intervenções baseadas em protocolos de mindfulness e avaliaram os efeitos destas em ao menos uma das funções executivas. Nos 6 artigos incluídos na presente revisão, foram encontrados efeitos positivos sobre diferentes funções executivas advindos da participação em intervenções de mindfulness. Em 4 dos 6 estudos houve diferença significativa das intervenções mindfulness em comparação com os grupos controles.

 

 

Características gerais dos participantes

 

 

Os estudos foram realizados com população clínica e não-clínica de homens e mulheres entre 18 e 60 anos. Essa faixa etária foi definida como critério para essa revisão entendendo que boa parte dos estudos sobre funções executivas geralmente focam em uma fase de desenvolvimento específica, como infância e adolescência ou velhice, que são estágios de desenvolvimento propensos a sofrer maior interferência de rápidas mudanças cerebrais ou maior declínio cognitivo (Im et al., 2021).

Segundo Ferguson et al. (2021), a faixa etária entre 20 e 60 anos que tem sido esquecida ou desconsiderada na literatura sobre o tema, apresenta mais mudanças significativas do que se sabia em relação ao desenvolvimento ou declínio de funções executivas. Esses autores analisaram as funções de controle inibitório, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e planejamento em indivíduos saudáveis entre 10 e 86 anos e observaram que a capacidade de memória de trabalho e planejamento continuam a se desenvolver mesmo após a adolescência, bem como observaram importante declínio no controle inibitório em participantes a partir dos 30 anos de idade (Ferguson et al., 2021). No entanto, os artigos incluídos nesta revisão não apresentaram achados significativos que apontassem para alguma relação direta entre uma faixa de idade específica e melhor ou pior desempenho das funções executivas.

Sobre o fator de população clínica e não-clínica, ambas as populações tiveram resultados significativos ao melhorar pelo menos algum aspecto das funções executivas. Um estudo mais recente de Didehban et al. (2024) também corrobora este resultado, na medida em que os autores encontraram melhores efeitos de um protocolo baseado em mindfulness e aceitação aplicado em grupo comparado com a lista de espera em participantes com transtornos de ansiedade. Esses resultados se referem tanto aos sintomas ansiosos quanto às funções executivas. É importante mencionar que o estudo de Didehban et al. (2024) possivelmente só não foi incluído entre os artigos discutidos nesta revisão porque foi publicado durante a tramitação do presente trabalho e, portanto, fora da amplitude temporal definida no mesmo. Esse resultado pode contribuir para fortalecer a hipótese de efetividade das intervenções baseadas em mindfulness para melhora das funções executivas visto que essas podem atuar diretamente melhorando controle inibitório, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva, bem como atuar indiretamente reduzindo estresse, depressão, entre outros sintomas, e melhorando a qualidade de vida (Alizadehgoradel et al., 2021; Garland et al., 2019; Hoxhaj et al., 2018; Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020). Segundo Diamond e Ling (2016), esse tipo de intervenção, que atua direta e indiretamente, seria o mais indicado para as funções executivas, pois além de treinar essas funções, reduz os fatores que as prejudicam, como estresse, má qualidade de sono, entre outros.

Porém, também existem evidências mais recentes de efeitos igualmente promissores advindos de intervenções comparadas como a terapia comportamental racional-emotiva (Rational Emotive Behavior Therapy - REBT). Tóth et al. (2023) observou melhoras na ansiedade competitiva, perfeccionismo, crenças irracionais, além de funções executivas, como flexibilidade cognitiva e inibição, produzidas pela REBT, enquanto a intervenção baseada em mindfulness produziu melhoras na flexibilidade cognitiva especificamente.

Além disso, o formato do protocolo também parece ser uma variável relevante. Vieth e von Stockhausen (2023), por exemplo, não observaram efeitos diferenciais nas funções executivas em uma amostra não clínica ao comparar intervenções breves, de três e quatro sessões, baseadas em mindfulness na respiração com controles como treino de relaxamento e ouvir podcast. Porém, em função das características dos estudos incluídos na presente revisão, nenhum dos quais utilizou intervenções breves, esta variável não pode ser discutida.

 

 

Protocolos utilizados e seus efeitos sobre as funções executivas

 

 

De acordo com os resultados apresentados pode-se inferir que todas as intervenções baseadas em protocolos de mindfulness produziram benefícios em funções de inibição como: atenção, controle cognitivo, controle inibitório ou executivo (Alizadehgoradel et al., 2021; Garland et al., 2019; Hoxhaj et al., 2018; Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019) tanto em populações clínicas quanto não-clínicas de adultos. Esse dado corrobora a literatura que mostra grande escopo de evidências para um melhoramento a partir de práticas de mindfulness tanto no nível comportamental quanto neural nas funções relacionadas à inibição. É, inclusive, observado que esses benefícios podem ser mantidos por até 5 meses após o término das intervenções (Gallant, 2016).

Esses achados endossam o uso de intervenções baseadas em mindfulness como um modelo de intervenção acessível e de baixo custo voltado ao melhoramento das funções executivas, especialmente as funções relacionadas à inibição, trazendo benefícios para populações que possuem algum déficit ou declínio contribuindo ainda para ganhos em outras funções conectadas a estas (Gallant, 2016).

No que diz respeito a outras funções executivas, foram encontrados também benefícios das intervenções em funções como memória de trabalho e flexibilidade cognitiva (Alizadehgoradel et al, 2021) bem como na de orientação (Quan et al, 2018). Esses resultados acabam corroborando o que é visto na literatura em relação a poucos estudos apresentando resultados significativos sobre mudanças positivas nessas funções (Cásedas et al., 2020; Gallant, 2016; Millett et al., 2021). Uma possível explicação para o número reduzido de evidências seria de que essas mudanças tendem a ser melhor observadas em populações que apresentariam algum declínio cognitivo, como no caso do público acima de 65 anos, que explicaria o fato desses dados não aparecerem em revisões com populações de jovens adolescentes e adultos (Gallant, 2016).

 

 

Limitações e sugestões para estudos futuros

 

 

No presente estudo de revisão, buscou-se ao máximo delimitar os critérios de inclusão para garantir maior homogeneidade metodológica e em relação à conceituação das funções executivas, métodos de avaliação, randomização dos participantes, modelo de intervenção e outros fatores. Porém, mesmo aplicando esses critérios, ainda é possível observar nos estudos analisados algumas discrepâncias nas terminologias (e.g.: controle inibitório, controle executivo, controle cognitivo) que podem acabar gerando diferentes interpretações dependendo das definições de funções executivas utilizadas. No entanto, essa é uma limitação comumente encontrada nos ensaios controlados randomizados sobre o tema, bem como nas próprias revisões e meta-análises. Uma sugestão para estudos futuros seria delimitar de forma mais precisa o que realmente compõe as funções executivas para que o conceito fique mais claro e com menos abertura para interpretações diversas.

Faz-se importante ressaltar que diante dos diferentes tipos de protocolos de mindfulness utilizados nas intervenções percebeu-se que não houve um aprofundamento na operacionalização dessas intervenções (e.g.: descrever o que foi trabalhado em cada sessão ou principais técnicas utilizadas), o que dificultou realizar a comparabilidade desses estudos e aprofundar a discussão. Outro aspecto limitador seria a discrepância nas populações de cada estudo que são de culturas e contextos sociodemográficos diversos o que acaba por dificultar a generalização dos resultados encontrados. Para estudos futuros sugere-se uma maior padronização em relação ao público alvo em relação a variáveis que podem influenciar os resultados (cultura, nível sócio econômico, entre outras) como também, sugere-se que haja uma descrição mais detalhada do protocolo de mindfulness utilizado (duração, objetivos trabalhados, principais técnicas, entre outras informações relevantes),  assim permitindo uma discussão mais aprofundada e possíveis correlações entre determinados protocolos e técnicas com efeitos nos funções executivas.

Outra limitação importante diz respeito às tarefas e questionários utilizados para medir e avaliar as funções cognitivas. Infelizmente não há um único teste que consista em uma avaliação precisa de todas as funções cognitivas. No entanto, se faz necessária certa padronização para que se possa ter maior possibilidade de comparação e generalização dos resultados (Ferguson et al., 2021). Apesar de boa parte dos artigos incluídos na presente revisão terem utilizado tarefas cognitivas com boas evidências, ainda houve estudos que utilizaram questionários como o CAARS (Hoxhaj et al., 2018) ou CFI (Zou et al., 2020) que podem não ser suficientes para inferir mudanças diretas nas funções executivas. Seria importante que estudos futuros avaliassem de forma mais aprofundada quais as tarefas cognitivas e questionários avaliam com maior validade cada função executiva. Outra sugestão seria a de utilizar mais de uma medida para avaliar cada construto.

Ainda sobre as limitações, outro ponto a ser considerado foi a falta de follow-ups em alguns dos estudos sobre os efeitos encontrados, o que limita ainda mais a generalização dos resultados. Entende-se que no contexto de pesquisa nem sempre é possível realizar um acompanhamento ao longo do tempo, no entanto, esse acompanhamento seria altamente recomendado para gerar maior confiabilidade nos resultados encontrados a partir das intervenções de mindfulness, assim como para compreender a durabilidade dos efeitos. Por último, a diferença entre os tipos de grupo controle (e.g.: lista de espera, psicoeducação, relaxamento) também dificulta na confiabilidade e na generalização dos resultados, porém essa é uma limitação muito comum em estudos sobre mindfulness. Definir melhor quais tipos de intervenção são mais efetivas como grupo controle auxiliaria bastante para estudos futuros, principalmente em revisões e meta-análises.

No que diz respeito aos estudos futuros também sugere-se o aprofundamento na temática de intervenções de mindfulness através de uso de tecnologia (e. g.: aplicativos móveis) e os efeitos para as funções executivas de adultos visto que o mindfulness tem sido amplamente associado à tecnologia em estudos mais recentes, porém estes ainda são escassos, principalmente no âmbito de verificar os efeitos nos funções executivas.

Outra sugestão importante seria de que estudos futuros sobre os efeitos das intervenções de mindfulness nas funções executivas buscassem avaliar esses efeitos nas funções com um todo, pois, a maior parte trabalhos até então trazem um foco maior para a atenção e flexibilidade cognitiva. Por isso, faz-se importante uma avaliação mais ampla a fim de um maior entendimento sobre o tema.

 

 

Considerações finais

 

 

Diante do exposto, entende-se que intervenções baseadas em protocolos mindfulness demonstram potencial para a melhora de funções executivas de controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva tanto para populações clínicas como não-clínicas, podendo vir a ser uma forma de tratamento eficaz e que pode influenciar positivamente na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. No entanto, os resultados encontrados neste estudo não são conclusivos. Faz-se imprescindível que estudos futuros busquem investigar e contribuir para maior padronização conceitual das funções executivas bem como das tarefas e testes utilizados para avaliá-las. Em relação às intervenções de mindfulness, é importante também uma melhor definição dos tipos de grupo controle para esse tipo de estudo, como também investigar os mecanismos neurais envolvidos. Acredita-se que esse campo de pesquisa pode vir a contribuir de forma significativa para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes que possam atuar na prevenção de adoecimento e promoção de saúde e bem-estar das pessoas. A partir dos resultados encontrados neste estudo, pode-se inferir que as intervenções baseadas em mindfulness têm grande potencial de contribuir para a prevenção e promoção de saúde do público adulto.

 

 

Referencias

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Page, M. J., McKenzie, J. E., Bossuyt, P. M., Boutron, I., Hoffmann, T. C., Mulrow, C. D., Shamseer, L., Tetzlaff, J. M., Akl, E. A., Brennan, S. E., Chou, R., Glanville, J., Grimshaw, J. M., Hróbjartsson, A., Lalu, M. M., Li, T., Loder, E. W., Mayo-Wilson, E., McDonald, S., … Moher, D. (2021). The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ, 372. https://doi.org/10.1136/BMJ.N71

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Financiamento: O ISL recebeu bolsa de mestrado da Fundação de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE - IBPG-0247-7.07/20). O serviço de edição e revisão de inglês foi financiado pelo Programa de Apoio à Pós-Graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PROAP – CAPES, Brasil).

 

Conflito de interesse: Os autores declaram não ter conflito de interesse.

 

Como citar: Silva Lemos, I., Menezes de Sousa Júnior, G., de Lima Araújo, G. L., Moreira, J. M., & Brys, I. (2025). Efeitos de intervenções de mindfulness nas funções executivas de adultos: uma revisão sistemática. Ciencias Psicológicas, 19(1), e-3748. https://doi.org/10.22235/cp.v19i1.3748

 

Contribuição de autores (Taxonomia CRediT): 1. Conceitualização; 2. Curadoria de dados; 3. Análise formal; 4. Aquisição de financiamento; 5. Pesquisa; 6. Metodologia; 7. Administração do projeto; 8. Recursos; 9. Software; 10. Supervisão; 11. Validação; 12. Visualização; 13. Redação: esboço original; 14. Redação: revisão e edição.

I. S. L. contribuiu em 1, 2, 3, 5, 6, 13, 14;  G. M. S. J. em 3, 5, 13, 14; G. L. L. A. em 1, 14; J. M. M. em 1, 14; I. B. in 1, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 14.

 

Editora científica responsável: Dra. Cecilia Cracco.

 

 

10.22235/cp.v18i2.3748

Original Articles

Effects of interventions of mindfulness on executive functions in adults: a systematic review

Efeitos de intervenções de mindfulness nas funções executivas de adultos: uma revisão sistemática

Efectos de las intervenciones de mindfulness sobre las funciones ejecutivas en adultos: una revisión sistemática

 

Iana Silva Lemos1, ORCID 0000-0002-7022-4937

Geovan Menezes de Sousa Júnior2, ORCID 0000-0002-8674-5067

Geissy Lainny de Lima Araújo3, ORCID 0000-0002-3024-4853

Júnnia Maria Moreira4, ORCID 0000-0003-1167-111X

Ivani Brys5, ORCID 0000-0001-7859-1160

 

1 Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brazil

2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brazil

3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brazil

4 Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brazil

5 Universidade Federal do Vale do São Francisco; Universidade Federal de Santa Maria, Brazil, [email protected]

 

Abstract:

Executive functions are cognitive processes that allow individuals to deal with unexpected obstacles, see the same situation from different perspectives, focus on a task, and resist impulses. Mindfulness interventions may improve executive functions by directly training these functions while reducing factors that impair them. To better understand these effects, a systematic review of randomized controlled trials on the effects of mindfulness interventions on executive functions in adults aged 18 to 60 years, published in the last 5 years was conducted. A total of 1304 articles were found, and after removing duplicates and reviewing titles and abstracts, 32 articles remained. After a thorough reading of these articles and bias risk analysis, 6 articles were included in the study. All the studies included in the review found positive effects on different executive functions, such as attention, cognitive control, and psychological flexibility, resulting from participation in these types of interventions, with four of these studies showing greater effects compared to the control group. Mindfulness-based interventions demonstrate potential for improving inhibitory control, working memory, and cognitive flexibility in both clinical and non-clinical populations.

Keywords: mindfulness; executive functions; psychological flexibility; working memory; inhibitory control.

 

Resumo:

Funções executivas são processos cognitivos que permitem com que se possa lidar com obstáculos inesperados, ver a mesma situação por diferentes perspectivas, se concentrar em uma atividade e resistir a impulsos. Intervenções de mindfulness podem melhorar as funções executivas porque treinam de forma direta essas funções ao mesmo tempo em que reduzem fatores que as prejudicam. Para melhor compreensão destes efeitos, foi realizada uma revisão sistemática de ensaios controlados randomizados, publicados nos últimos 5 anos, sobre efeitos de intervenções de mindfulness nas funções executivas de adultos, com idades entre 18 e 60 anos. Foram encontrados 1304 artigos, após remoção das duplicatas e leitura de título e resumo, restaram 32 artigos. Após leitura completa desses artigos e análise de risco de viés, 6 artigos foram incluídos no estudo. Em todos os estudos incluídos na revisão foram encontrados efeitos positivos sobre diferentes funções executivas, como atenção, controle cognitivo e flexibilidade psicológica, advindos da participação desses tipos de intervenções, sendo que em quatro destes estudos, os efeitos foram maiores que os observados no grupo controle. Intervenções baseadas em mindfulness demonstram potencial para a melhora de funções executivas de controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva tanto para populações clínicas como não-clínicas.

Palavras-chave: mindfulness; funções executivas; flexibilidade cognitiva; memória de trabalho; controle inibitório.

 

Resumen:

Las funciones ejecutivas son procesos cognitivos que permiten afrontar obstáculos inesperados, ver una misma situación desde diferentes perspectivas, centrarse en una actividad y resistir impulsos. Las intervenciones de mindfulness pueden mejorar las funciones ejecutivas porque las entrenan directamente y reducen los factores que las perjudican. Para una mejor comprensión de estos efectos, se realizó una revisión sistemática de ensayos controlados aleatorios, de los últimos 5 años, sobre los efectos de las intervenciones de mindfulness en las funciones ejecutivas en adultos, con edades entre 18 y 60 años. Se encontraron 1304 artículos, luego se eliminar duplicados, y al leer el título y el resumen quedaron 32 artículos. Después de la lectura completa de estos artículos y el análisis del riesgo de sesgo, restaron 6 artículos. En todos los estudios se encontraron efectos positivos sobre diferentes funciones ejecutivas, como la atención, el control cognitivo y la flexibilidad psicológica, derivados de la participación de este tipo de intervenciones, y en cuatro de estos estudios, los efectos fueron mayores que los observados en el grupo de control. Las intervenciones basadas mindfulness demuestran potencial para mejorar las funciones ejecutivas de control inhibitorio, la memoria de trabajo y la flexibilidad cognitiva tanto para poblaciones clínicas como no clínicas.

Palabras clave: mindfulness; funciones ejecutivas; flexibilidad cognitiva; memoria de trabajo; control cognitivo.

 

Received: 06/11/2023

Accepted: 29/11/2024

 

 

It is understood that for an individual to adapt adequately and succeed in today's social context, a range of skills such as self-control, flexibility, discipline, and creativity, among others, is essential. The performance of these skills is linked to the proper functioning of executive functions, which are cognitive or mental processes that enable individuals to handle unexpected obstacles, view the same situation from different perspectives, concentrate on a task, and resist impulses (Diamond, 2013).

Studies demonstrate the importance of executive functions for mental and physical health, associating them with various benefits. Individuals with well-functioning executive functions tend to achieve better professional and academic results, satisfaction in marital relationships, prosocial behaviors, higher quality of life, weight control, resistance to substance abuse, greater ability to form and maintain friendships, among other advantages (Cásedas et al., 2020; Diamond & Ling, 2016). This underscores the fundamental role of executive functions in increasing the likelihood of a healthy and balanced life.

Executive functions can be categorized into three core components: inhibitory control, working memory, and cognitive flexibility. From these higher-order functions, other abilities such as reasoning, planning, and problem-solving can derive (Cásedas et al., 2020; Diamond, 2013; Diamond & Ling, 2016; Im et al., 2021). Another possible classification divides them into inhibition, updating, and shifting functions (Zhou et al., 2020). For this study, executive functions were categorized into three main types: inhibitory control or inhibition, working memory or updating, and cognitive flexibility or shifting.

According to Cásedas et al. (2020), inhibitory control, also referred to as inhibition (Millett et al., 2021), involves the ability to regulate one’s attention, thoughts, emotions, and behavior to overcome internal predispositions or external temptations in pursuit of long-term goals. It enables individuals to choose how to respond in a given situation, resist impulses, and modify habits. In the attentional domain, it allows selective focus on a task while suppressing other stimuli and suppressing unwanted memories and thoughts (Diamond, 2013). On a neural level, inhibitory control is associated with activity in the dorsolateral prefrontal cortex and anterior cingulate cortex (Millett et al., 2021).

Working memory, or updating (Millett et al., 2021), refers to the mental capacity to hold and process information simultaneously (Cásedas et al., 2020; Diamond, 2013). It involves monitoring and replacing outdated or irrelevant information with new, more relevant data (Zhou et al., 2020). Working memory is critical for influencing other cognitive functions like reasoning and problem-solving, as it requires maintaining multiple pieces of information simultaneously, reorganizing them, and establishing interrelations (Diamond & Ling, 2016). Brain regions associated with this executive function include the frontal lobes, specifically the dorsolateral prefrontal cortex (Millett et al., 2021).

Finally, cognitive flexibility or shifting (Millett et al., 2021) is crucial in novel and challenging situations that require adaptation, new ways of understanding or solving problems, or viewing the same situation from different angles (Diamond & Ling, 2016). Other aspects of cognitive flexibility include the ability to admit mistakes, seize new opportunities, and change one’s mindset (Diamond, 2013). According to Cásedas et al. (2020), cognitive flexibility is the capacity to modify mental frameworks to adapt efficiently to environmental demands. This function depends on the activity of frontal, occipital, and parietal brain regions (Millett et al., 2021).

Executive functions influence many important areas of life (Teper et al., 2013), and their optimal functioning increases the chances of success and improvements in various domains (Diamond & Ling, 2016). Consequently, it is crucial to understand what happens when there are dysfunctions in this system. Some causes of such dysfunctions include aging, strokes, and attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) (Cásedas et al., 2020), as well as stress, sleep deprivation, sadness, poor physical health, among others (Zhou et al., 2020). Research indicates that executive functions are among the first to be affected when an individual’s life is not going well (Diamond, 2013).

The effects of stress, loneliness, sadness, poor physical health, and other factors can be so detrimental that they resemble symptoms of psychological disorders like ADHD. Problems with executive functions are linked to a range of negative outcomes, such as poor academic performance, behavioral issues, reduced reasoning abilities, low self-control, and memory problems (Zhou et al., 2020).

According to Diamond and Ling (2016), interventions that yield better results for executive functions not only directly train these functions but also address factors that impair them while enhancing factors that improve them. Programs that neglect stress reduction, happiness enhancement, or social connection may fail to achieve significant improvements in executive functions (Diamond & Ling, 2016).

Given this, mindfulness-based interventions appear to have the potential to address these demands. Over the past decades, such interventions have grown exponentially, showing significant evidence of physical and mental health benefits across different populations (Cásedas et al., 2020; Im et al., 2021; Millett et al., 2021; Zhou et al., 2020;). Mindfulness can be defined as a state of awareness achieved by focusing on the present moment with an open, accepting, and nonjudgmental attitude (Gill et al., 2020; Mak et al., 2018; Millett et al., 2021).

Among the main benefits observed are reduced stress, anxiety, and depression levels, improved management of chronic pain, increased emotional regulation, well-being, and decreased consumption of alcohol and other substances (Alizadehgoradel et al., 2019; Creswell, 2017; Im et al., 2021; Zhou et al., 2020). Empirical evidence also indicates that mindfulness interventions benefit executive functions (Cásedas et al., 2020; Im et al., 2021), with results visible even in short-term interventions (Zhou et al., 2020).

Taking this into account, it can be hypothesized that mindfulness-based interventions could effectively improve executive functions. Beyond reducing factors such as stress and depression that negatively affect these functions, such interventions also functionally and structurally modify brain regions, including the anterior cingulate cortex, dorsolateral prefrontal cortex, insula, and gray matter density in the hippocampus (Creswell, 2017; Millett et al., 2021).

In recent years, systematic reviews and meta-analyses have been conducted to better investigate the effects of mindfulness interventions on executive functions (Cásedas et al., 2020; Im et al., 2021; Millett et al., 2021). Overall, these studies show significant effects of mindfulness interventions on improving executive functions. However, most studies reviewed are from before 2017. Articles including more recent studies exhibit disparities in criteria regarding intervention types, study designs, conceptualization of executive functions and mindfulness, types of tests analyzed, and other factors.

Based on this context, it is important to conduct a systematic review of randomized controlled trials examining the effects of mindfulness interventions on executive functions in adults aged 18 to 60 over the past five years. This would provide an update on the topic and analyze whether new or distinct results emerge based on the criteria defined in the present study.

 

 

Materials and Methods

 

 

The present study is a systematic review conducted in accordance with the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) Statement 2020 (Page et al., 2021) and registered on the International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) platform (CRD42022349640).

 

 

Literature Review

 

 

To conduct the study searches, two reviewers utilized the Web of Science, PubMed, PsycINFO, and Scopus databases to find articles published in the last five years (2017–2022). The descriptor terms used to create the keywords were based on terms found on the MeSH platform. After several tests, the defined search strategy was as follows:
(mindfulness) OR (mindfulness intervention) OR (mindfulness meditation) AND (psychological flexibility) OR (cognitive flexibility) OR (executive functions) OR (self-control) OR (inhibitory control).

 

 

Eligibility Criteria

 

 

The studies included in the research were randomized controlled trials conducted in the last five years and published in English. The target population comprised adults aged between 18 and 60 years. The mindfulness interventions included in the studies were required to follow established protocols such as Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR), Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT), among others.

 

 

Methodological Analysis

 

 

The online platform CADIMA was used for screening, with article selection performed independently by two researchers in a blinded process. Subsequently, the Risk of Bias Tool (ROB-2) was used to assess the risk of bias.

 

 

Data Extraction

 

 

For data extraction, a table was created containing descriptive information about the studies, including: the number of participants, mean age range, type of intervention, type of control group, the executive function studied, and main results.

 

 

Results

 

 

Search Results

 

 

After applying the search strategy to the databases, 1,304 articles were identified, of which 225 duplicates were removed. A total of 1,079 articles were screened by title and abstract, resulting in the exclusion of 1,047 articles. Thirty-two articles were assessed through full-text reading, of which 24 were excluded for not using mindfulness practices based on an established protocol, involving participants older than 60 years, or not being randomized studies. For the risk of bias analysis, 8 articles remained. Among these, 6 studies presented a low risk of bias and were included in the final analysis. Figure 1 presents the PRISMA diagram of the study.

 

 

General Characteristics of the Studies

 

 

All the studies included in the review (Alizadehgoradel et al., 2021; Garland et al., 2019; Hoxhaj et al., 2018; Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020) met the criteria of being randomized controlled trials with mindfulness interventions based on an existing protocol (e.g., Mindfulness-Based Stress Reduction - MBSR), involving participants aged 18 to 60 years and presenting a low risk of bias. All studies included either active or passive control groups and evaluated cognitive functions.

Three studies (Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020) focused on non-clinical populations, while the other three involved clinical populations: participants with chronic pain (Garland et al., 2019), methamphetamine use disorder (Alizadehgoradel et al., 2021), or adults diagnosed with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) (Hoxhaj et al., 2018).

Regarding participants' gender and age, all studies showed baseline distributions without major disparities. Randomization methods ensured balance in terms of age, gender, and other variables between intervention and control groups, resulting in a low risk of bias. Further details about participants' gender distribution and mean age can be found in Table 1.

 

Figure 1: PRISMA flowchart

 

Note. PRISMA Flow Diagram (Page et al., 2021).

 

Table 1: General characteristics of the participants

 

 

Nota. SD: Standard Deviation; GC: Group Control; MBI: Mindfulness-based Intervention; tDCS: transcranial direct current stimulation; MBSR: Mindfulness-based Stress Reduction; ADHD: Attention Deficit/Hyperactivity Disorder; MORE: Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement; MBSAT: Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment; MAP: Mindfulness Awareness Practices; MBCT: Mindfulness-Based Cognitive Therapy.

 

 

Executive Functions and Mindfulness Interventions

 

 

The executive functions analyzed in the reviewed studies included attention (Hoxhaj et al., 2018; Zhu et al., 2019), cognitive control and inhibition (Garland et al., 2019), executive functions and craving (Alizadehgoradel et al., 2021), executive control and orientation (Quan et al., 2018), and cognitive flexibility (Zou et al., 2020).

The mindfulness interventions were as follows: Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR), lasting 12 weeks (Zhu et al., 2019); Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement (MORE), lasting 8 weeks (Garland et al., 2019); Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment (MBSAT), lasting 6 weeks with two sessions per week (Alizadehgoradel et al., 2021); Mindfulness Awareness Practices (MAP), lasting 8 weeks (Hoxhaj et al., 2018); Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT), lasting 7 days (Quan et al., 2018); and MBSR, lasting 8 weeks (Zou et al., 2020).

Two studies used a waitlist as a passive control group (Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020), while the other studies included active control groups such as support groups (Garland et al., 2019), transcranial direct current stimulation (tDCS), tDCS combined with MBSAT, and placebo (Alizadehgoradel et al., 2021), psychoeducation (Hoxhaj et al., 2018), and relaxation (Quan et al., 2018). Additional details about each intervention can be found in Table 1.

 

 

Cognitive Tasks and Instruments Used

 

 

The tasks and instruments used in each study are summarized in Table 2. The cognitive tasks used to assess executive functions varied across studies. Zhu et al. (2019) used the Continuous Performance Test (CPT) to analyze sustained attention and the Stroop Test to evaluate response inhibition. Garland et al. (2019) used the Emotional Go/No-Go task to assess inhibitory responses in the context of negative emotional interference.

Alizadehgoradel et al. (2021) employed the Go/No-Go task for cognitive control, the N-Back Test for working memory, the Wisconsin Card Sorting Test (WCST) to assess prefrontal cortex performance, and the Balloon Analogue Risk Task (BART) to evaluate risk-taking behaviors and decision-making under risk.

Hoxhaj et al. (2018) used the CAARS scale, which includes 8 subscales to evaluate ADHD-related symptoms, including inattention. Quan et al. (2018) assessed orientation and executive control using the Attention Network Test. Zou et al. (2020) used the CFI scale, a 20-item Likert-type scale, to evaluate cognitive flexibility.

 

 

Effects of Mindfulness on Inhibitory Control, Working Memory, and Cognitive Flexibility

 

 

In terms of attention, Zhu et al. (2019) found that a 12-week MBSR intervention significantly improved sustained attention and positive emotions in the mindfulness group compared to the waitlist control group. Similarly, Hoxhaj et al. (2018) observed significant improvements in attention and associated ADHD symptoms following an 8-week MAP intervention compared to psychoeducation, with effects persisting after six months (follow-up).

Regarding cognitive control or inhibitory control, both Garland et al. (2019) and Alizadehgoradel et al. (2021) found significant improvements in the mindfulness groups compared to control groups. For working memory, Alizadehgoradel et al. (2021) reported significant gains in the MBSAT group compared to the placebo group.

Quan et al. (2018) demonstrated increased responsiveness to orientation and executive control after a 7-day MBCT intervention compared to a relaxation control group. For cognitive flexibility, both clinical (Alizadehgoradel et al., 2021) and non-clinical (Zou et al., 2020) populations showed significant improvements in mindfulness groups compared to controls. These results are summarized in Table 2.

 

Table 2: Types of interventions and main results

 

 

Note. ADHD: Attention-deficit/hyperactivity disorder; MBI: Mindfulness-based Intervention); MBSR: Mindfulness-based Stress Reduction; MAP: Mindfulness Awareness Practices; MORE: Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement; MBCT: Mindfulness-Based Cognitive Therapy; MBSAT: Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment; tDCS: transcranial direct current stimulation.

 

 

Description of Protocols Used in the Studies

 

 

The interventions in all studies were based on well-established protocols with substantial evidence supporting their mental and physical health benefits for clinical and non-clinical populations. Five different protocols were identified: Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) (Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020); Mindfulness-Oriented Recovery Enhancement (MORE) (Garland et al., 2019); Mindfulness-Based Substance Abuse Treatment (MBSAT) (Alizadehgoradel et al., 2021); Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT) (Quan et al., 2018); and Mindfulness Awareness Practices (MAP) (Hoxhaj et al., 2018).

Further details on each protocol can be found in Table 3. Across the included studies, all protocols demonstrated significant effects on executive functions, with 4 out of 6 studies showing greater benefits in the mindfulness intervention groups compared to control groups.

 

Table 3: Description of protocols

 

 

Notes. ¹ Vibe et al. (2017); ² Garland (2014), and Garland and Howard (2013); ³ Himelstein and Saul (2015), and Alizadehgoradel et al. (2019); 4 van der Velden et al. (2015), and Liberali (2017); 5. Hoxhaj et al. (2018).

 

 

Discussion

 

 

The present study constitutes a systematic review of scientific studies published over the past five years (2017–2022) on the effects of mindfulness-based interventions on the executive functions of adults (aged 18 to 60). All the articles included in this review employed mindfulness-based protocols and assessed their effects on at least one executive function. Across the six studies included, positive effects on various executive functions were observed following participation in mindfulness interventions. In four of the six studies, mindfulness interventions showed significant differences compared to control groups.

 

 

General Characteristics of Participants

 

 

The studies included both clinical and non-clinical populations of men and women aged 18 to 60. This age range was chosen as a criterion for this review, given that most studies on executive functions tend to focus on specific developmental stages such as childhood, adolescence, or old age—periods more susceptible to rapid brain changes or cognitive decline (Im et al., 2021).

According to Ferguson et al. (2021), the 20–60 age range, often overlooked in literature on the subject, presents more significant changes in executive function development or decline than previously thought. These authors analyzed inhibitory control, working memory, cognitive flexibility, and planning across healthy individuals aged 10 to 86, observing that working memory and planning capacities continue to develop after adolescence, while inhibitory control shows a notable decline beginning at age 30 (Ferguson et al., 2021). However, the studies included in this review did not provide significant findings linking a specific age range to better or worse executive function performance.

Both clinical and non-clinical populations showed significant improvements in at least one aspect of executive functions. A recent study by Didehban et al. (2024) supports this outcome, as the authors reported better effects of a group-based mindfulness and acceptance protocol compared to a waitlist group in participants with anxiety disorders. These results pertain to both anxiety symptoms and executive functions. Notably, the study by Didehban et al. (2024) was likely excluded from this review because it was published during the preparation of this study and thus fell outside the defined temporal scope. Such findings reinforce the hypothesis that mindfulness-based interventions effectively enhance executive functions, both directly—improving inhibitory control, working memory, and cognitive flexibility—and indirectly, by reducing stress, depression, and other symptoms, thereby improving quality of life (Alizadehgoradel et al., 2021; Garland et al., 2019; Hoxhaj et al., 2018; Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019; Zou et al., 2020). According to Diamond and Ling (2016), interventions that act both directly and indirectly are ideal for improving executive functions as they not only train these functions but also mitigate factors that impair them, such as stress and poor sleep quality.

Promising evidence also emerges from comparative interventions like Rational Emotive Behavior Therapy (REBT). Tóth et al. (2023) observed improvements in competitive anxiety, perfectionism, irrational beliefs, and executive functions (e.g., cognitive flexibility and inhibition) resulting from REBT, while mindfulness interventions primarily improved cognitive flexibility.

The format of the intervention protocol also appears to be a relevant variable. For example, Vieth and von Stockhausen (2023) observed no differential effects on executive functions in a non-clinical sample when comparing brief mindfulness interventions (three or four sessions focusing on breath mindfulness) with controls such as relaxation training or listening to podcasts. However, none of the studies included in this review employed brief interventions, so this variable was not discussed further.

 

 

Protocols Used and Their Effects on Executive Functions

 

 

The findings suggest that all mindfulness-based protocols produced benefits for inhibition-related functions, including attention, cognitive control, and inhibitory or executive control (Alizadehgoradel et al., 2021; Garland et al., 2019; Hoxhaj et al., 2018; Quan et al., 2018; Zhu et al., 2019), in both clinical and non-clinical adult populations. These results align with the literature, which shows extensive evidence of mindfulness practices improving both behavioral and neural aspects of inhibition-related functions. Moreover, these benefits can be maintained for up to five months post-intervention (Gallant, 2016).

Other executive functions also showed improvements, such as working memory and cognitive flexibility (Alizadehgoradel et al., 2021) and orientation (Quan et al., 2018). However, fewer studies have reported significant changes in these functions, a trend consistent with existing literature (Cásedas et al., 2020; Gallant, 2016; Millett et al., 2021). This scarcity of evidence might be explained by the fact that these changes are more pronounced in populations with cognitive decline, such as individuals over 65 years old, which might explain the absence of such data in studies on adolescents and young adults (Gallant, 2016).

 

 

Limitations and Suggestions for Future Studies

 

 

This review aimed to establish clear inclusion criteria to ensure greater methodological and conceptual homogeneity regarding executive functions, assessment methods, participant randomization, intervention models, and other factors. However, despite these efforts, discrepancies in terminologies (e.g., inhibitory control, executive control, cognitive control) were observed among the analyzed studies, potentially leading to varied interpretations depending on the definitions of executive functions employed. This limitation is common in randomized controlled trials on this topic, as well as in systematic reviews and meta-analyses. Future studies should aim for more precise definitions of executive functions to reduce interpretative variability.

Another significant limitation was the lack of detailed operationalization of the mindfulness interventions (e.g., specific session content or main techniques used), hindering the comparability of studies and deeper discussion. Discrepancies in the demographics and cultural contexts of study populations also limited the generalizability of findings. Future research should aim for greater standardization regarding target populations (e.g., cultural and socioeconomic factors) and provide more detailed descriptions of mindfulness protocols (e.g., duration, objectives, main techniques) to facilitate in-depth discussions and correlations between specific protocols or techniques and their effects on executive functions.

Further limitations include variability in tasks and questionnaires used to assess executive functions. While many studies employed well-validated cognitive tasks, some used questionnaires such as the CAARS (Hoxhaj et al., 2018) or CFI (Zou et al., 2020), which may not be sufficient to infer direct changes in executive functions. Future studies should better identify cognitive tasks and questionnaires that most validly assess specific executive functions, ideally using multiple measures for each construct.

Finally, the lack of follow-ups in some studies limited understanding of the long-term effects of mindfulness interventions. Although follow-ups may be challenging in research contexts, they are highly recommended to ensure the reliability and durability of intervention outcomes. Moreover, variability in control groups (e.g., waitlists, psychoeducation, relaxation training) complicates the reliability and generalizability of findings. Defining more effective control group interventions could significantly benefit future research, particularly systematic reviews and meta-analyses.

Future studies should also explore mindfulness interventions delivered via technology (e.g., mobile apps) and their effects on adult executive functions, as mindfulness practices have increasingly incorporated technological formats in recent studies, although research on their impact on executive functions remains limited. Additionally, future research should evaluate the effects of mindfulness interventions on executive functions as a whole rather than focusing primarily on attention and cognitive flexibility. A broader assessment would provide deeper insights into the topic.

 

 

Conclusions

 

 

In summary, mindfulness-based protocols demonstrate potential for improving inhibitory control, working memory, and cognitive flexibility in both clinical and non-clinical populations. These interventions could represent an effective form of treatment with a positive influence on individuals' health and quality of life. However, the findings of this review are not conclusive. Future studies must focus on achieving greater conceptual standardization of executive functions and the tasks and tests used to evaluate them. Regarding mindfulness interventions, a clearer definition of control group types and further investigation of neural mechanisms involved is also necessary. This research field holds the potential to significantly contribute to the development of more effective treatments that prevent illness and promote health and well-being. Based on the findings of this review, mindfulness interventions show great promise for contributing to adult health prevention and promotion efforts.

 

 

References

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Funding: ISL received a Master’s scholarship from the Foundation for Science and Technology of the State of Pernambuco (FACEPE - IBPG-0247-7.07/20). The editing and proofreading English service was funded by the Postgraduate Support Program from the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (PROAP - CAPES, Brazil).

 

Conflict of interest: The authors declare that they have no conflicts of interest.

 

How to cite: Silva Lemos, I., Menezes de Sousa Júnior, G., de Lima Araújo, G. L., Moreira, J. M., & Brys, I. (2025). Effects of interventions of mindfulness on executive functions in adults: a systematic review. Ciencias Psicológicas, 19(1), e-3748. https://doi.org/10.22235/cp.v19i1.3748

 

Authors’ contribution (CRediT Taxonomy): 1. Conceptualization; 2. Data curation; 3.  Formal Analysis; 4. Funding acquisition; 5. Investigation; 6. Methodology; 7. Project administration; 8. Resources; 9. Software; 10. Supervision; 11. Validation; 12. Visualization; 13. Writing: original draft; 14. Writing: review & editing.

I. S. L. has contributed in 1, 2, 3, 5, 6, 13, 14;  G. M. S. J. in 3, 5, 13, 14; G. L. L. A. in 1, 14; J. M. M. in 1, 14; I. B. in 1, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 14.

 

Scientific editor in-charge: Dra. Cecilia Cracco.