10.22235/cp.v17i2.2845
A gestão do tempo na rotina universitária: resultados de uma intervenção
Time management in the routine of university students: results of an intervention
Gestión del tempo en la rutina universitaria: resultados de una intervención
Adriana Benevides Soares¹, ORCID 0000-0001-8057-6824
Paulo Roberto Soares da Silva Alves2, ORCID 0000-0002-5626-8837
Maria Eduarda de Melo Jardim3, ORCID 0000-0002-5989-2440
Cesar Augusto Cobellas de Medeiros4, ORCID 0000-0003-2763-3644
Rejane Ribeiro5, ORCID 0000-0001-9720-7005
1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Salgado de Oliveira, Brasil, adribenevides@gmail.com
2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
3 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
5 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Resumo:
As habilidades de gestão do tempo fornecem àquele que se utiliza delas uma boa ferramenta na superação da procrastinação e na gestão de tarefas. Estes, por sua vez, são dois problemas que estão presentes na vida de muitos estudantes do Ensino Superior. Má gestão do tempo pode resultar em uma relação desequilibrada com as responsabilidades acadêmicas, o que pode levar a um aumento do estresse. A falta de planejamento das atividades, a tomada de um número de tarefas excessivo para si e a ausência de estratégias para eliminação de distratores podem minar o bem-estar na vida acadêmica. Tais práticas podem ser remediadas pela adoção de estratégias de gestão do tempo. Com o fim de divulgar e fomentar tais estratégias, foram elaboradas oficinas em formato online. Participaram das oficinas um total de 17 estudantes, dos quais, 12 apresentaram melhoras na sua relação com a gestão do tempo e, destes, dois apresentaram mudanças positivas particularmente notáveis. Conclui-se a partir destes resultados que tais intervenções podem ser de grande valia, e que mesmo com intervenções breves é possível obter resultados que confirmem a melhora nas habilidades de gestão do tempo dos participantes.
Palavras-chave: estudantes universitários; gestão do tempo; estresse; procrastinação.
Abstract:
Those who make use of time management skills find them to be a useful tool for the purpose of overcoming procrastination tendencies and fostering better task management. These two matters — procrastination and task management — are two issues of considerable relevance in the lives of many university students. Poor time management skills can result in an unbalanced relationship with one’s academic responsibilities, resulting in an increase in stress levels. Uneven distribution of tasks throughout the week, procrastination, task overload and the absence of strategies for eliminating distractions are some of the possible means through which a student can undermine their own well-being as it relates to academic life. These bad practices may be remedied by adopting time management strategies. With the purpose of fostering such strategies, two online workshops were developed. A total of 17 students participated in the intervention, of whom, 12 showed improvements in their time management skills, with two displaying particularly remarkable positive changes. From these results, it was concluded that these interventions can be of great value, and that, despite the interventions being brief, it is possible to obtain results that lead to the improvement of participants’ time management skills.
Keywords: university students; time management; stress; procrastination.
Resumen:
Las habilidades de gestión del tiempo proporcionan una buena herramienta en la superación de la dilación y en la gestión de tareas. Estos, a su vez, son dos problemas que están presentes en la vida de muchos estudiantes de educación superior. La mala gestión del tiempo puede resultar en una relación desequilibrada con las responsabilidades académicas, lo que puede conducir a un aumento del estrés. La falta de planificación de las actividades, la toma de un número de tareas excesivo para sí y la ausencia de estrategias para la eliminación de distracciones pueden minar el bienestar en la vida académica. Estas prácticas pueden remediarse adoptando estrategias de gestión del tiempo. Con el fin de divulgar y fomentar tales estrategias, se elaboraron talleres online. Participaron en los talleres un total de 17 estudiantes, de los cuales 12 presentaron mejoras en su relación con la gestión del tiempo, dos de estos presentaron cambios positivos particularmente notables. Se concluye a partir de estos resultados que tales intervenciones pueden ser de gran valor y que incluso con intervenciones breves es posible obtener resultados que confirmen la mejora en las habilidades de gestión del tiempo de los participantes.
Palabras clave: estudiantes universitarios; gestión del tiempo; estrés; procastinación.
Recebido: 05/03/2022
Aceito: 08/09/2023
A gestão do tempo está relacionada ao conjunto de hábitos e comportamentos que visam utilizá-lo de maneira eficiente, auxiliando na produtividade e, consequentemente, reduzindo episódios de estresse (Oliveira et al., 2016). Desta forma, torna-se evidente que um bom gerenciamento dos compromissos e tarefas, no contexto do Ensino Superior, contribui para o sucesso acadêmico-profissional e melhor saúde do estudante (Yoshiy & Kienen, 2018).
Em um estudo conduzido por Dias et al. (2019), os estressores relacionados à administração inadequada do tempo foram assinalados como uma das principais dificuldades encontradas, tanto no contexto acadêmico quanto pessoal, pela maioria dos estudantes. A partir desses resultados, deve-se considerar a relevância de se atentar às habilidades de gestão do tempo desses sujeitos. Insere-se, neste contexto, a perspectiva de que os hábitos e comportamentos norteadores de uma organização eficiente podem ser treinados e adquiridos (MacCann et al., 2012), inclusive dentro do contexto universitário.
Um estudo realizado por Oliveira et al. (2016), teve como objetivo descrever a experiência de aplicações de oficinas de gestão do tempo nas quais participaram acadêmicos (graduandos e pós-graduandos) de uma universidade pública no interior do Rio Grande do Sul. Tais oficinas foram distribuídas em oito encontros e abordavam conceitos relacionados à forma como estes estudantes costumavam organizar-se no tangente às questões temporais. Em seus resultados, os autores destacam o fato da alta procura pela oficina, o que indica que este tema é de extrema preocupação universitária. Além disso, puderam organizar os principais obstáculos em quatro categorias: comportamentos ligados à procrastinação, dificuldades em dizer “não” às demandas de terceiros; dificuldades em conciliar estudo e lazer e problemas para lidar com a carga horária de seus cursos.
Dentro deste grupo de reclamações é possível verificar que, no geral, os estudantes apresentam problemas em planejar, executar e controlar suas tarefas, lidar com distratores e atentar-se a comportamentos de procrastinação (Freires et al., 2021). Nesse sentido, Vieira-Santos e Malaquias (2022) sinalizam a relação entre comportamentos procrastinatórios e um manejo deficiente do tempo, o que segundo as autoras está associado a outros aspectos, como incapacidade de definir objetivos e prioridades, de estabelecer planos de ação e listas de tarefas e de administrar imprevistos e cumprir prazos. Tais situações demonstram problemas relacionados à prática de organizar e gerir as atividades acadêmicas, contudo, há teorias e técnicas que auxiliam no melhor manejo do tempo.
O Modelo de Gestão do Tempo, teorizado por Estrada et al. (2011), é dividido em três grandes fases: planejamento, gerenciamento e controle. A etapa de planejamento, a primeira deste modelo, elude, em suma, ao ato de prever a organização das tarefas e a cumprir dentro do prazo disponível das mesmas. Para isso, considera-se, inclusive, a possibilidade de desmembrar uma grande tarefa em tarefas menores. A segunda fase, gerenciamento, contempla a etapa de execução das tarefas, sendo necessário um equilíbrio entre a disciplina e a flexibilidade, contudo sem deixar o norte ministrado pelo planejamento (Estrada et al., 2011). Aqui, o cuidado para não ser alvo de distratores, nem da procrastinação, é necessário. A terceira e última fase, a de controle, é considerada de aprendizado, pois nesta haverá comparação entre a verdadeira execução prática com o que havia sido planejado. Nesta etapa será verificado se as tarefas planejadas estão sendo realmente executadas e se estão produzindo os efeitos esperados e, caso não estejam, o que está causando esta distorção (Estrada et al., 2011).
Além de teorias como a de Estrada et al. (2011), existem diversas técnicas que podem auxiliar indivíduos na auto-organização. No que tange ao planejamento semanal e diário, pode-se afirmar a importância de saber eleger prioridades. A partir destas se faz necessário também o estabelecimento de metas (Vieira-Santos & Malaquias, 2022). No ambiente acadêmico, se entende que a gestão do tempo não se restringe simplesmente a se preencher planilhas com horários de estudo, mas é um processo complexo e amplo que requer do estudante reflexão acerca de metas e prioridades não só diretamente ligadas à Universidade (Marcilio et al., 2021). Essa ideia também está alinhada com a compreensão de que existem diferentes linhas de pensamento, mas ainda assim, estas têm algumas características em comum como a organização, o controle e a priorização (Oliveira et al., 2016). Oliveira et al. (2016) afirmam que a essência das ideias na área de gerenciamento pessoal pode ser capturada na frase “organize e execute conforme prioridade” (p. 225).
Utilizando-se, então, dos conceitos de organização e priorização, a gestão do tempo é entendida como uma série de hábitos ou comportamentos que implicam em um uso efetivo do período direcionado aos afazeres, para auxiliar na produtividade e reduzir o estresse (Oliveira et al., 2016). Pode-se afirmar que, muito do estresse que é vivenciado por um indivíduo, seja resultado do sentimento de falta de controle sobre suas obrigações, e sobre sua execução (Leahy et al., 2013). O planejamento da semana e dos dias, desta forma, é utilizado não só para identificar como o estudante percebe a sua organização e a utilização das horas, mas também a fim de incentivar comportamentos de automonitoramento e autocontrole. Comportamentos que, para Leahy et al. (2013), podem ser adquiridos através da experiência de vida, de treinamentos ou da prática.
Com esses planejamentos, também é possível compreender prováveis déficits na organização, já que muitas vezes, neles se revela a ausência de algumas atividades que consomem tempo, como os deslocamentos ou descanso (Marcilio et al., 2021). Ainda remetendo à ideia de priorização, faz-se necessária a definição de objetivos de curto, médio e longo prazo, ou seja, para que o indivíduo consiga avaliar se conseguiu ou não o sucesso em determinadas tarefas, é preciso que se reflita sobre o seu processo de aprendizagem, sobre as suas demandas e sobre seus objetivos acadêmicos e pessoais (Alves & Teixeira, 2021; Marcilio et al., 2021), principalmente quando estes serão perseguidos por um maior período.
Aponta-se, então, a relevância da reflexão sobre a própria experiência acadêmica, sobre a própria profissão e, de maneira geral, sobre como seus objetivos a curto, médio e longo prazo estão articulados e se estão alinhados de maneira coerente com o cotidiano de cada um. Colocar os objetivos em uma perspectiva temporal, junto a uma reflexão acerca de seus próprios desejos, necessidades e prioridades, pode facilitar a operacionalização do que é necessário fazer para conseguir alcançá-los, ou a possibilidade de readequação desses objetivos. Tendo claro os objetivos e as tarefas a serem realizadas, é necessário também conhecer o tempo real ou aproximado das atividades a serem executadas ajustando assim, a agenda de uma forma adequada para a realização de cada uma delas, levando em consideração os fatores externos (material necessário, prazos, demandas reais, etc.) e internos (humor, energia, atenção etc.) (Marcilio et al., 2021).
Diante de objetivos que parecem desconectados de sua realidade atual, não é incomum que o estudante adote comportamentos disfuncionais como estratégias inadequadas para atingir determinadas metas ou comportamentos de procrastinação (Pereira & Ramos, 2021; Vieira-Santos & Malaquias, 2022) podendo ter consequências na vida pessoal. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo apresentar e avaliar o efeito de uma intervenção realizada em formato de oficina direcionado a estudantes universitários. A intervenção buscou ainda identificar as estratégias utilizadas e incentivar uma reflexão em torno de suas práticas de gerenciamento do tempo, assim como visou apresentar estratégias que contribuíssem para busca pela coerência entre as atividades do cotidiano e objetivos definidos pelos participantes.
Materiais e Método
Participantes
Participaram 17 estudantes universitários, com idade média de 28,46 anos (DP = 15,35), sendo 82,4 % mulheres e 17,6 % homens, oriundos de universidades públicas (82,4 %) e privadas (17,6 %) recrutados a partir de duas oficinas sobre gestão do tempo para estudantes universitários. Na primeira oficina, realizada em 2020, o grupo de participantes foi composto por nove estudantes universitários, enquanto na oficina realizada em 2021 o número de participantes foi de oito. Como critério de inclusão, os participantes deveriam estar matriculados em disciplinas e como critério de exclusão não poderiam ser alunos na modalidade de Ensino à distância. Em sua maioria, os participantes eram estudantes do curso de Psicologia (76,5 %), seguido dos cursos de Enfermagem (11,7 %), Produção Cultural (5,9 %) e Licenciatura em Geografia (5,9 %). Dentre eles, 5,9 % eram de classe social A, 11,7 % eram de classe social B1, 23,6 % eram de classe social B2, 41,2 % de classe social C1 e 17,6 % de classe social C2. Todos os participantes assistiram a pelo menos 80 % da oficina em que estavam inscritos.
Instrumentos
O Questionário Sociodemográfico teve como objetivo identificar informações que caracterizam a amostra. Foi composto por perguntas correspondentes à ocupação, vinculação com uma universidade, classe social, sexo, idade, dentre outros.
O Inventário de Administração do Tempo (ADT; Krausz, 1994) é composto originalmente de 96 (39 questões em sua versão adaptada) e avalia a administração do tempo com base em características pessoais com as quais o respondente se identifica ou não. O instrumento utilizado no presente estudo foi o desta última versão (Pellegrini et al., 2012), com 39 questões. Estas são divididas nos seguintes itens: Planejamento de tempo, Administração por crise, Organização pessoal e autodisciplina no trabalho, Comunicação, Tomada de decisões, Diagnóstico de problemas, Perfeccionismo, Estabelecimento de objetivos pessoais, Flexibilidade no trabalho e Capacidade de concentração. Cada um desses itens conta com três afirmações. Para cada questão, o instrumento conta com opções de resposta “sim” ou “não”. Para a correção, conta-se um ponto para cada resposta “sim” e nenhum ponto para a resposta “não”. Para avaliação dos resultados, é feita a classificação em três grupos: até 15 pontos: administra razoável ou adequadamente o tempo; de 16 a 31 pontos: administra mal ou mediocremente o tempo; de 32 a 39 pontos: não administra o tempo. O alfa de Cronbach deste instrumento na amostra é de 0,77.
Procedimento de coleta de dados
Os dados foram coletados a partir de duas oficinas sobre gestão do tempo para estudantes universitários. Estas, foram organizadas e conduzidas por estudantes do curso de Psicologia e pós graduação em Psicologia Social de uma instituição pública, baseada em pesquisas de revisão da literatura e referencial teórico do tema, dando origem ao conteúdo abordado em cada sessão (Tabela 1). A divulgação foi realizada por meio de redes sociais do laboratório e pessoal dos organizadores, e a execução ocorreu em formato online pela plataforma Zoom em setembro de 2020 e outra em julho de 2021. Por serem idênticas em seu conteúdo, o material foi tratado como um grupo único. Todos os participantes concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), além de responderem na primeira sessão (T1, pré-intervenção), o Questionário de Dados Sociodemográficos e o Inventário de Administração do Tempo (ADT; Krausz, 1994, adaptado por Pellegrini et al., 2012). Somente foram analisados os materiais dos estudantes que participaram de pelo menos quatro encontros da oficina, que foi distribuída em cinco sessões, realizadas uma vez por semana com duração média de duas horas, sem intervalo.
As sessões eram estruturadas em seis momentos: 1) O primeiro, da primeira sessão, foi utilizado para apresentações pessoais, nas demais sessões para recuperar e discutir as tarefas que eram propostas para realizar ao longo da semana; 2) Exposição dialogada: apresentação teórica sobre a temática com suporte visual (slides e vídeos ilustrativos), neste momento eram realizadas atividades de psicoeducação, estimulando-se a interação dos participantes; 3) Rodas de conversa: nas quais eram feitas discussões entre e com os participantes sobre problemas na gestão do tempo e o compartilhamento de experiências. Neste momento, os participantes eram incentivados a falar livremente acerca do tema proposto durante o tempo estabelecido para isso; 4) Vivências: eram realizadas atividades práticas, que tinham como objetivo incentivar os participantes a treinarem a organização do próprio tempo, fazendo planejamentos de metas de curto, médio e longo prazo (como materiais de apoio, antes de cada sessão eram oferecidas folhas de planejamento em formato de documento digital e durante as sessões links com atividades interativas). Estas atividades direcionadas tinham o intuito de estimular o estudante a eleger prioridades (por exemplo, eram exibidas tarefas e circunstâncias fictícias a fim de possibilitar aos participantes a ponderação de quais eram as prioridades naquele contexto). Além disso, também era possível levantar a discussão de como colocar o conteúdo aprendido em prática usando como exemplo as situações já vividas pelos participantes, que as traziam de maneira espontânea; 5) Tarefa de casa: eram propostas aos participantes que realizassem atividades de organização, baseadas na temática trabalhada no dia, estes exercícios tinham o objetivo de estimular o contato com o tema fora da sessão, além de auxiliar a prática do que foi aprendido, e por último; 6) Feedback: ao término de cada encontro eram solicitados aos participantes uma opinião sobre o que foi trabalhado, as dúvidas e sugestões foram revistas no último encontro. Após o término das cinco sessões, os participantes preencheram pela segunda vez (pós-intervenção) o ADT, sendo assim, o T2 foi no dia seguinte ao final da intervenção.
Tabela 1: Organização da oficina por sessão
Procedimento de análise de dados
Devido ao tamanho pequeno da amostra (n = 17), optou-se por utilizar um procedimento não-paramétrico para testar a hipótese de diferenças entre grupos. Optou-se por realizar um teste de Mann-Whitney para verificar se há diferenças estatísticas substanciais entre os escores pré-intervenção dos participantes de 2020 (n = 9) e os de 2021 (n = 8). Foi realizado também um teste de Wilcoxon, apropriado para comparações de medidas repetidas, com medidas de tamanho de efeito das diferenças em r de Pearson utilizando intervalos de confiança gerados por bootstrapping. Foi empregado também o método JT (Jacobson & Truax, 1991), que tem por objetivo demonstrar o grau da confiabilidade da mudança e da significância clínica das mudanças individuais dos participantes por meio do Índice de Mudança Confiável (IMC) e pelo escore de Significância Clínica (SC). Os testes foram realizados utilizando a linguagem de programação R (R Core Team, 2021). Para os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney, foi utilizado o pacote rstatix (Kassambara, 2023) para a linguagem R. O gráfico foi gerado por meio do pacote ggplot2 (Wickham, 2016).
Procedimentos éticos
A pesquisa foi encaminhada e aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, parecer nº 5.237.012, sob nº 53517321.2.0000.5282 (CAAE). Todos os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo informados dos possíveis riscos e desconfortos, do sigilo e do não recebimento de benefícios e pagamento, segundo a orientação das Resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisas envolvendo seres humanos.
Resultados e Discussão
O teste de Mann-Whitney indicou não haver diferenças substanciais entre as amostras de 2020 e 2021 (U = 15,5; z = -1,93; p > 0,05). Em virtude disso, e por conta de os instrumentos utilizados e o conteúdo das oficinas serem os mesmos, optou-se por incluir todos os participantes nas análises subsequentes como uma amostra única.
Por meio do teste de Wilcoxon foi determinado que há diferença significativa entre os grupos pré- e pós-intervenção (T = 18,5; z = -2,54; p < 0,05). Desta forma foi possível identificar as diferenças totais entre os grupos. O tamanho de efeito das diferenças foi considerável (r = 0,61; cf. Cohen, 1988), indicando haver diferença substancial entre os grupos e corroborando com a eficácia da oficina. Na Tabela 2 estão expostos os escores médios dos participantes em diferentes momentos da análise.
Tabela 2: Diferenças em escores de gestão do tempo pré- e pós-intervenção
Nota: Média dos ranks negativos: -3,3; média dos ranks positivos: 3,3.
O método JT foi empregado para verificar as mudanças individuais dos participantes. Este método se fundamenta no cálculo do Índice de Mudança Confiável (IMC) e do escore de Significância Clínica (SC). O IMC é obtido do seguinte modo:
IMC =
Em que e representam, respectivamente, os escores pós- e pré-intervenção; representa o desvio-padrão do grupo pré-intervenção; e representa uma medida de confiabilidade do questionário utilizado (neste caso, o α de Cronbach). Esta última medida impacta a extensão do Intervalo de Mudança Confiável, que representa a margem de erro da medida. Quanto maior a medida de confiabilidade do instrumento na amostra, menor a margem de erro, e portanto mais confiáveis são as mudanças, o que resulta em uma exigência menor de flutuação nos valores para que os resultados sejam considerados estatisticamente significativos.
O escore de SC pode ser obtido de três formas, a depender da disponibilidade ou não de escores normativos (Jacobson & Truax, 1991). Foi selecionado o método de obtenção da SC sem utilização de escores normativos, que pode ser obtido a partir da equação , em que é a média da amostra pré-intervenção e é o desvio-padrão da amostra pré-intervenção. Ele serve para separar participantes em amostras clínicas entre “recuperados” e “não-recuperados”, isto é, um participante pode apresentar melhora e continuar a se enquadrar ou não em uma amostra clínica. Participantes com uma pontuação alta (ou baixa) o suficiente para ultrapassar a linha de SC seriam categorizados como recuperados. O ponto de corte para a SC nesta amostra foi de 8,61.
Os valores do IMC são padronizados para o escore Z. Um escore |z| = 1 indica que a observação em questão se encontra 1 desvio-padrão acima ou abaixo da média (trata-se aqui do módulo de Z, pois o valor pode ser tanto positivo ou negativo). Em uma distribuição normal, um escore |z|=1,96 representa observações nos percentis 2,5 % e 97,5 %, o que representa uma probabilidade de ocorrência inferior a 5 %. Um IMC superior a 1,96 ou inferior a -1,96, portanto, seria improvável de ocorrer (com p < 0,05) sem que estivesse sinalizando uma mudança verdadeira (Jacobson & Truax, 1991).
Na Tabela 3, pode-se ver as mudanças nos escores individuais de cada participante, antes e depois da oficina. Vê-se que quatro participantes obtiveram mudanças negativas após a intervenção, mas nenhuma delas foi considerada estatisticamente significativa. Um participante não obteve mudança, 10 obtiveram mudanças positivas, mas dentro da margem de erro, porém também dentro da margem de erro, e dois obtiveram mudanças positivas confiáveis. O participante 7 obteve uma pontuação na análise pós-intervenção abaixo do ponto de corte da SC, porém dentro da margem de erro.
Na Figura 1 pode-se ver a posição relativa dos escores de cada participante (P1, P2, P3,…, P17) antes e depois das oficinas. Os participantes encontrados do lado de fora da parte inferior do intervalo de mudança confiável, representado pela zona cinza ao redor da bissetriz (linha tracejada inclinada, são os que de fato demonstraram mudanças positivas estatisticamente significativas (com p < 0,05).
Tabela 3: Comparação dos escores dos participantes antes e após a realização das oficinas
Nota. IMC: representa a pontuação segundo o Índice de Mudança Confiável. Interpretação: torna explícito o significado destes valores. ADM: Ausência de Mudança. MPC: Mudança Positiva Confiável. Valores negativos representam mudanças positivas pois escores menores do ADT implicam em uma melhor gestão do tempo.
O presente estudo se propôs a avaliar o efeito de uma intervenção realizada em formato de oficina em que foram apresentados recursos para melhor gerenciamento do tempo. Entende-se que no processo de adaptação se destacam diversas dificuldades psicossociais, dentre as quais se encontra a gestão do tempo. Na literatura, a importância desta última já foi associada a um melhor desempenho acadêmico, já que alunos com melhor desempenho demonstram maior capacidade de distribuir apropriadamente o tempo disponível entre tarefas de estudo e outras atividades em suas rotinas (Marcilio et al., 2021).
A importância da difusão do conhecimento sobre gestão do tempo já fora antes realçada em estudos anteriores como um recurso de grande valia para a redução do estresse e para a sensação de falta de controle entre indivíduos no geral (Leahy et al., 2013; Freires et al, 2021). Durante a execução da intervenção, pôde-se averiguar que este tema é de relevância considerável também para a população universitária, o que já havia sido proposto em outras pesquisas (Oliveira et al., 2016; Soares et al., 2023). Em outro estudo oriundo das oficinas de gestão do tempo, Soares et al. (2023) apresentaram as concepções dos participantes sobre diferentes estratégias de gestão do tempo. Foi possível observar que emergiram como temas relevantes: os desafios relativos a lidar com prazos; as motivações e expectativas com a intervenção, que incluíam organizar o tempo dedicado aos estudos e serem capazes de eleger prioridades; a forma como os estudantes lidam com os compromissos cotidianos e como isso impacta não gerenciamento do tempo; e as distrações identificadas pelos alunos como empecilho para uma relação melhor com a organização do tempo.
Figura 1: Gráfico de comparação dos escores pré- e pós-intervenção
Nota: A bissetriz representa o ponto onde os escores pré- e pós-intervenção seriam idênticos. Apenas o participante 12 obteve escores idênticos nestes dois momentos. Pontuações acima da bissetriz implicam escores maiores, e pontuações abaixo, escores menores.
A oficina foi elaborada a partir da ideia inicial apresentada por Estrada et al. (2011) de que um guia metodológico para sistematizar as etapas de planejamento, gerenciamento e controle do tempo pode ser um ponto de partida efetivo, que resulte em melhorias na vida cotidiana das pessoas. Os autores afirmam também que um modelo que apresente os principais elementos técnicos e comportamentais encontrados na literatura pode facilitar a compreensão e aplicação da gestão do tempo, o que foi corroborado pelas experiências do presente estudo. Esse dado também foi corroborado considerando os temas que emergiram na intervenção, que incluem questões cotidianas e desafios diários no manejo do tempo (Soares et al., 2023).
Oferecer aos participantes diferentes ferramentas para a construção de um modelo de gestão do tempo que auxilie no controle de seus ambientes imediatos foi um dos ganhos principais trazidos pela intervenção. Vale ressaltar que embora essas práticas sejam nomeadas “gerenciamento do tempo”, elas são, na verdade, a administração das atividades passíveis de modificação pelo indivíduo em interação com o ambiente (Yoshiy & Kienen, 2018). A maior capacidade de gerenciar as próprias ações em relação a variáveis ambientais é o grande benefício trazido por tais modelos.
Paralelamente, aspectos individuais também foram trabalhados na oficina, como a capacidade de refletir sobre as próprias demandas e objetivos acadêmicos e pessoais, uma vez que tais tópicos já haviam sido relatados como cruciais por outros pesquisadores (Marcilio et al., 2021). Dessa forma, o incentivo aos participantes para que pensassem e descrevessem seus objetivos a curto, médio e longo prazo figurou-se como ponto de discussão relevante em meio à intervenção. Junto a isso, trabalhou-se na oficina pela busca por coerência entre as atividades do cotidiano e objetivos a longo prazo, traduzindo, entre outras coisas, ideias relacionadas ao planejamento de carreira em planos concretos, o que se figura como um dos motivadores reportados na literatura para a busca de oficinas deste tipo (Alves & Teixeira, 2021; Oliveira et al., 2016).
Pode-se afirmar que a intervenção proporcionou uma diminuição significativa na pontuação do grupo como um todo nos escores em gestão do tempo. Vale lembrar que essa diminuição pode ser entendida como um ponto positivo, já que pontuações maiores no ADT indicam habilidades piores na gestão do tempo. Deve-se considerar que os resultados dos escores do instrumento ficam vulneráveis a oscilações que podem ser atribuídas a circunstâncias externas como períodos de avaliação ou de maior sobrecarga na universidade, entre outros fatores pessoais. Contudo, a nível individual, embora quatro participantes tenham apresentado mudanças negativas na gestão do tempo após a oficina, nenhum desses resultados foi considerado estatisticamente significativo.
Os resultados gerais foram positivos: ainda que segundo o método JT um dos participantes não tenha apresentado diferença e dez participantes tenham obtido mudanças positivas dentro da margem de erro do instrumento, a tendência geral, explicitada pelo teste de Wilcoxon, é a de uma melhora substancial com tamanho de efeito considerável (r = 0,61) nos escores dos participantes em decorrência da intervenção. Ademais, dois participantes obtiveram mudanças positivas confiáveis de acordo com as análises em nível individual.
Pontua-se também que os resultados foram coletados imediatamente após o término da oficina, ou seja, a eficácia da intervenção foi confirmada em um período curto de tempo, pouco após o primeiro contato dos participantes com as discussões e estratégias expostas. É possível que os efeitos positivos sejam ampliados, a depender da aplicação das técnicas abordadas pelos participantes em suas rotinas. Com isso, seria razoável supor que os efeitos da oficina poderiam ser melhor percebidos mais a longo prazo. Entretanto, deve-se pontuar que este resultado também pode ser reflexo de uma adoção imediata dos participantes das técnicas aprendidas na intervenção, não sendo possível garantir que os ganhos sejam incorporados à rotina dos estudantes. Dessa forma, os resultados devem ser interpretados cautelosamente.
A estrutura da intervenção foi elaborada de acordo com o que se apresenta como temas relevantes e possibilidades efetivas de modelos ou planejamentos estratégicos para o gerenciamento do tempo. Considerando, então, como foi trabalhada a gestão do tempo e o resultado majoritariamente positivo da oficina, conclui-se que a proposição de técnicas e estratégias para o alinhamento desses modelos com a própria rotina parece ser um meio eficiente para se aprimorar o manejo do tempo no contexto universitário.
Além disso, a experiência da oficina proporcionou a troca de experiências e sugestões entre os participantes. Pode-se assim afirmar que paralelo à possibilidade de aprendizado de estratégias e estratégias consta o compartilhamento de experiências entre os estudantes. Tal oportunidade possibilita a percepção por parte dos participantes que os seus problemas são comuns, e não idiossincráticos.
Conclusões
Este trabalho objetivou apresentar e avaliar o efeito de uma intervenção realizada com universitários. Foi possível perceber que o grupo obteve uma média inferior em relação aos escores pré-intervenção, o que é positivo, conferindo assim uma melhora na maioria dos estudantes e corroborando com a literatura, de que mesmo uma breve intervenção tem efeitos positivos.
Dentro das limitações deste estudo consta o curto tempo entre a intervenção e a avaliação final, com a ausência de uma coleta de dados de seguimento. E mesmo que a avaliação realizada pelo método JT possibilite investigar as mudanças entre os escores antes e depois de uma intervenção de forma confiável, sugere-se que um acompanhamento de avaliação follow up seja realizado, para que se confirme os benefícios a longo prazo da intervenção. Ademais, a realização da análise ter sido realizada com participantes coletados com um ano de diferença, ainda que sob o contexto da pandemia do COVID-19, pode figurar como uma prática pouco comum, a despeito da similaridade dos escores pré-intervenção entre os grupos.
Considerando a relevância desse repertório para a vida acadêmica-profissional de quaisquer estudantes, recomenda-se que mais oficinas sejam realizadas, para que mais universitários possam se beneficiar da prática de melhor gerenciamento do tempo e propiciar melhores estratégias do seu manejo no contexto universitário.
Referências:
Alves, C. F., & Teixeira, M. A. P. (2021). Construção e avaliação de uma intervenção de Planejamento de Carreira para Estudantes Universitários. Psico-USF, 25(4), 697-709. https://doi.org/10.1590/1413/82712020250409
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Disponibilidade de dados: O conjunto de dados que embasa os resultados deste estudo não está disponível.
Como citar: Soares, A. B., Alves, P. R. S., Jardim, M. E. M., Medeiros, C. A. C., Ribeiro, R. (2023). A gestão do tempo na rotina universitária: resultados de uma intervenção. Ciencias Psicológicas, 17(2), e-2845. https://doi.org/10.22235/cp.v17i2.2845
Participação dos autores: a) Planejamento e concepção do trabalho; b) Coleta de dados; c) Análise e interpretação de dados; d) Redação do manuscrito; e) Revisão crítica do manuscrito.
A. B. S. contribuiu em a, b, c, d, e; P. R. S. A. em b, c, d; M. E. M. J. em b, c, d; C. A. C. M. em b, d; R. R. em b, d.
Editora científica responsável: Dra. Cecilia Cracco.
10.22235/cp.v17i2.2845
Communication
Time management in the routine of university students: results of an intervention
A gestão do tempo na rotina universitária: resultados de uma intervenção
Gestión del tempo en la rutina universitaria: resultados de una intervención
Adriana Benevides Soares¹, ORCID 0000-0001-8057-6824
Paulo Roberto Soares da Silva Alves2, ORCID 0000-0002-5626-8837
Maria Eduarda de Melo Jardim3, ORCID 0000-0002-5989-2440
Cesar Augusto Cobellas de Medeiros4, ORCID 0000-0003-2763-3644
Rejane Ribeiro5, ORCID 0000-0001-9720-7005
1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Salgado de Oliveira, Brazil, adribenevides@gmail.com
2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
3 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
5 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
Abstract:
Those who make use of time management skills find them to be a useful tool for the purpose of overcoming procrastination tendencies and fostering better task management. These two matters — procrastination and task management — are two issues of considerable relevance in the lives of many university students. Poor time management skills can result in an unbalanced relationship with one’s academic responsibilities, resulting in an increase in stress levels. Uneven distribution of tasks throughout the week, procrastination, task overload and the absence of strategies for eliminating distractions are some of the possible means through which a student can undermine their own well-being as it relates to academic life. These bad practices may be remedied by adopting time management strategies. With the purpose of fostering such strategies, two online workshops were developed. A total of 17 students participated in the intervention, of whom, 12 showed improvements in their time management skills, with two displaying particularly remarkable positive changes. From these results, it was concluded that these interventions can be of great value, and that, despite the interventions being brief, it is possible to obtain results that lead to the improvement of participants’ time management skills.
Keywords: university students; time management; stress; procrastination.
Resumo:
As habilidades de gestão do tempo fornecem àquele que se utiliza delas uma boa ferramenta na superação da procrastinação e na gestão de tarefas. Estes, por sua vez, são dois problemas que estão presentes na vida de muitos estudantes do Ensino Superior. Má gestão do tempo pode resultar em uma relação desequilibrada com as responsabilidades acadêmicas, o que pode levar a um aumento do estresse. A falta de planejamento das atividades, a tomada de um número de tarefas excessivo para si e a ausência de estratégias para eliminação de distratores podem minar o bem-estar na vida acadêmica. Tais práticas podem ser remediadas pela adoção de estratégias de gestão do tempo. Com o fim de divulgar e fomentar tais estratégias, foram elaboradas oficinas em formato online. Participaram das oficinas um total de 17 estudantes, dos quais, 12 apresentaram melhoras na sua relação com a gestão do tempo e, destes, dois apresentaram mudanças positivas particularmente notáveis. Conclui-se a partir destes resultados que tais intervenções podem ser de grande valia, e que mesmo com intervenções breves é possível obter resultados que confirmem a melhora nas habilidades de gestão do tempo dos participantes.
Palavras-chave: estudantes universitários; gestão do tempo; estresse; procrastinação.
Resumen:
Las habilidades de gestión del tiempo proporcionan una buena herramienta en la superación de la dilación y en la gestión de tareas. Estos, a su vez, son dos problemas que están presentes en la vida de muchos estudiantes de educación superior. La mala gestión del tiempo puede resultar en una relación desequilibrada con las responsabilidades académicas, lo que puede conducir a un aumento del estrés. La falta de planificación de las actividades, la toma de un número de tareas excesivo para sí y la ausencia de estrategias para la eliminación de distracciones pueden minar el bienestar en la vida académica. Estas prácticas pueden remediarse adoptando estrategias de gestión del tiempo. Con el fin de divulgar y fomentar tales estrategias, se elaboraron talleres online. Participaron en los talleres un total de 17 estudiantes, de los cuales 12 presentaron mejoras en su relación con la gestión del tiempo, dos de estos presentaron cambios positivos particularmente notables. Se concluye a partir de estos resultados que tales intervenciones pueden ser de gran valor y que incluso con intervenciones breves es posible obtener resultados que confirmen la mejora en las habilidades de gestión del tiempo de los participantes.
Palabras clave: estudiantes universitarios; gestión del tiempo; estrés; procastinación.
Received: 05/03/2022
Accepted: 08/09/2023
When entering higher education, university students embark on a journey in which they may encounter problem-solving situations that demand an increased level of autonomy. In this context, various attributes are expected of students to navigate these situations healthily. These attributes include a strong repertoire of social skills, coping strategies, and the ability to manage their commitments effectively (Sahão & Kienen, 2021).
Time management is closely linked to a set of habits and behaviors aimed at using time efficiently, enhancing productivity, and consequently reducing stress episodes (Oliveira et al., 2016). Accordingly, effective management of commitments and tasks within the context of higher education contributes to both academic and professional success as well as the overall well-being of students (Yoshiy & Kienen, 2018).
In a study conducted by Dias et al. (2019), stressors related to inadequate time management were identified as one of the main challenges faced by the majority of students, both in the academic and personal contexts. These findings emphasize the importance of addressing time management skills among students. In this context, it becomes evident that habits and behaviors conducive to efficient organization can be trained and acquired, even within the university context (MacCann et al., 2012).
A study conducted by Oliveira et al. (2016) aimed to describe the experience of implementing time management workshops for undergraduate and postgraduate students in a public university of Rio Grande do Sul, Brazil. These workshops spanned eight sessions and covered concepts related to how these students typically organized their time-related issues. The authors highlighted the high demand for the workshop, indicating the paramount concern among university students regarding this topic. Furthermore, they categorized the main obstacles into four categories: behaviors related to procrastination, difficulties in saying “no” to third-party demands, challenges in balancing study and leisure, and problems in managing the workload of their courses.
Within this group of complaints, it is evident that students, in general, face issues in planning, executing, and controlling their tasks, dealing with distractions, and combating procrastination (Freires et al., 2021). Vieira-Santos and Malaquias (2022) highlighted the relationship between procrastinatory behaviors and poor time management, which, according to the authors, is associated with other aspects such as the inability to define goals and priorities, establish action plans and task lists, and manage unforeseen events and deadlines. These situations demonstrate problems related to the practice of organizing and managing academic activities; however, there are theories and techniques that can assist in improving time management.
The Time Management Model, theorized by Estrada et al. (2011), is divided into three major phases: planning, management, and control. The planning phase, the first of this model, essentially refers to the act of foreseeing the organization of tasks and meeting their deadlines. This includes the possibility of breaking down a large task into smaller ones. The second phase, management, encompasses the execution of tasks, requiring a balance between discipline and flexibility while adhering to the plan (Estrada et al., 2011). Here, the need to avoid distractions and procrastination is crucial. The third and final phase, control, is considered a learning phase. In this phase, a comparison is made between the actual practical execution and the initial plan. It is used to verify whether the planned tasks are actually being executed and producing the expected results and, if not, to identify the causes of this discrepancy (Estrada et al., 2011).
In addition to theories like that of Estrada et al. (2011), there are various techniques that can assist individuals in self-organization. Regarding weekly and daily planning, the importance of setting priorities can be emphasized. It is also necessary to establish goals (Vieira-Santos & Malaquias, 2022). In the academic environment, time management is understood not simply as filling out study schedules but as a complex and comprehensive process that requires students to reflect on goals and priorities not only directly related to the university (Marcilio et al., 2021). This idea is aligned with the understanding that different schools of thought share some common characteristics, such as organization, control, and prioritization (Oliveira et al., 2016). Oliveira et al. (2016) stated that the essence of personal management ideas can be captured in the phrase “organize and execute according to priority” (p. 225).
Using the concepts of organization and prioritization, time management is understood as a series of habits or behaviors that entail the effective use of time allocated to tasks, assisting in productivity and stress reduction (Oliveira et al., 2016). It can be argued that much of the stress experienced by an individual results from a feeling of lack of control over their obligations and their execution (Leahy et al., 2013). Weekly and daily planning is used not only to identify how students perceive their organization and the use of their time but also to encourage self-monitoring and self-control behaviors. According to Leahy et al. (2013), these behaviors can be acquired through life experience, training, or practice.
Through such planning, it is also possible to identify potential deficits in organization, as it often reveals the absence of time-consuming activities such as commuting or rest (Marcilio et al., 2021). Furthermore, in line with the idea of prioritization, it is necessary to set short, medium, and long-term objectives. To assess whether certain tasks have been successfully completed, individuals must reflect on their learning process, requirements, and academic and personal goals (Alves & Teixeira, 2021; Marcilio et al., 2021), especially when these goals are pursued over an extended period.
It is essential to reflect on one’s own academic experience, profession, and, in general, how short-, medium-, and long-term goals are articulated and aligned coherently with one’s daily life. Placing goals in a temporal perspective, along with reflecting on one’s desires, needs, and priorities, can facilitate the operationalization of what needs to be done to achieve them or the possibility of readjusting these objectives. With clear goals and tasks to be completed, it is also necessary to be aware of the real or approximate time required for each activity. This adjustment takes into account external factors (such as required materials, deadlines, real demands, etc.) and internal factors (mood, energy, attention, etc.) (Marcilio et al., 2021).
Faced with goals that seem disconnected from their current reality, it is not uncommon for students to adopt dysfunctional behaviors such as inadequate strategies to achieve certain goals or procrastination behaviors (Pereira & Ramos, 2021; Vieira-Santos & Malaquias, 2022), which can have consequences in their personal lives. Therefore, this work aims to present and evaluate the effect of an intervention conducted in the form of workshops directed toward university students. The intervention aims to identify the strategies used by students and encourage reflection on their time management practices, as well as to provide strategies that contribute to coherence between daily activities and the goals defined by the participants.
Materials and Method
Participants
Participants were 17 university students, whose mean age was 28.46 years (SD = 15.35). Among these participants, 82.4 % were female, and 17.6 % male. They were from both public (82.4 %) and private (17.6 %) universities and were recruited from two workshops on time management for university students. The first workshop, held in 2020, had nine university student participants, while the second workshop in 2021 had eight participants. Inclusion criteria required participants to be currently enrolled in courses, while exclusion criteria stipulated that they should not be enrolled in distance learning programs. Most of the participants were enrolled in the Psychology program (76.5 %), followed by Nursing (11.7 %), Cultural Production (5.9 %), and Geography Teacher Education (5.9 %). Regarding socioeconomic status, 5.9 % were in social class A, 11.7 % in class B1, 23.6 % in class B2, 41.2 % in class C1, and 17.6 % in class C2. All participants attended at least 80 % of the workshop in which they were enrolled.
Instruments
The Sociodemographic Questionnaire aimed to identify information characterizing the sample. It consisted of questions related to occupation, affiliation with a university, social class, gender, and age, among others.
The Time Management Inventory (TMI) (Krausz, 1994) originally comprises 96 items (39 items in its adapted version) and assesses time management based on personal characteristics with which the respondent identifies or not. The instrument used in the present study was the latter version (Pellegrini et al., 2012), consisting of 39 items. These items are divided into the following categories: Time Planning, Crisis Management, Personal Organization and Self-discipline at Work, Communication, Decision Making, Problem Diagnosis, Perfectionism, Personal Goal Setting, Work Flexibility, and Concentration Capacity. Each of these categories includes three statements. For each question, the instrument provides response options of “yes” or “no.” For scoring, one point is assigned for each “yes” response and no points for “no” responses. Results are evaluated by classifying respondents into three groups: up to 15 points: reasonably or adequately manages time; 16 to 31 points: manages time poorly or mediocrely; 32 to 39 points: does not manage time effectively. The Cronbach’s alpha for this instrument in the sample was .77.
Data collection procedure
The data were collected from two workshops on time management for university students. These workshops were organized and conducted by students from the Psychology undergraduate and Social Psychology graduate programs of a public institution. They were based on literature review research and theoretical references on the topic, resulting in the content covered in each session (Table 1). The dissemination was carried out through the laboratory’s social media channels and personal networks of the organizers, and the execution took place online via the Zoom platform in September 2020 and again in July 2021. Since the content was identical in both instances, the material was treated as a single group. All participants provided informed consent by signing the consent form and completed the Sociodemographic Data Questionnaire and the Time Management Inventory (TMI) (Krausz, 1994, adapted by Pellegrini et al., 2012) in the first session (T1, pre-intervention). Only the materials of students who attended at least four workshop sessions were analyzed, as the workshop consisted of five sessions held once a week, with an average duration of two hours per session, without breaks.
The sessions were structured in six moments: 1) The first, in the initial session, was used for personal introductions, in the subsequent sessions for recovering and discussing the tasks proposed for the week; 2) Dialogical exposition: a theoretical presentation on the topic with visual support (slides and illustrative videos). During this moment, psychoeducational activities were conducted, encouraging participant interaction; 3) Group discussions: in which discussions were held among and with participants about time management issues and the sharing of experiences. In this moment, the participants were encouraged to freely discuss the proposed topic during the time established for this; 4) Experiences: practical activities were conducted, aiming to encourage participants to train in organizing their own time by planning short, medium, and long-term goals (as support materials, planning sheets in digital document format were provided before each session, and interactive activity links were shared during the sessions). These directed activities aimed to stimulate students to prioritize (for example, fictitious tasks and circumstances were presented to allow participants to weigh priorities in that context). Additionally, it was also possible to discuss how to put the learned content into practice, using the participants’ spontaneously shared experiences as examples; 5) Homework: participants were tasked with completing organization activities based on the day’s theme. These exercises aimed to encourage engagement with the topic outside of the session, as well as to help practice what was learned; and finally, 6) Feedback: at the end of each meeting, participants were asked for their opinions on what was covered, and any questions and suggestions were reviewed in the final meeting. After completing the five sessions, participants filled out the TMI questionnaire for the second time (post-intervention), with T2 occurring on the day following the intervention’s conclusion.
Table 1: Organization of the workshop by sesión
Data Analysis Procedure
Due to the small sample size (n = 17), a non-parametric procedure was chosen to test the hypothesis of differences between groups. A Mann-Whitney test was conducted to assess whether there were substantial statistical differences between the pre-intervention scores of the participants from 2020 (n = 9) and those from 2021 (n = 8). Additionally, a Wilcoxon test, suitable for comparisons of repeated measures, was performed, along with the calculation of effect sizes using Pearson’s r and confidence intervals generated by bootstrapping. The JT method (Jacobson & Truax, 1991) was also employed to demonstrate the degree of change reliability and clinical significance of individual changes among the participants through the Reliable Change Index (RCI) and the Clinical Significance (CS) score. All tests were conducted using the R programming language (R Core Team, 2021). The rstatix package (Kassambara, 2023) in R was used for the Wilcoxon and Mann-Whitney tests, and the ggplot2 package (Wickham, 2016) was utilized for generating the graphs.
Ethical Procedures
The study was submitted to and approved by the Ethics Committee of Universidade do Estado do Rio de Janeiro, with approval number 5.237.012 and CAAE number 53517321.2.0000.5282. All participants provided informed consent, were informed about possible risks and discomforts, confidentiality, and the absence of benefits and payments, following the guidelines of Resolutions 466/2012 and 510/2016 from the National Health Council regarding research involving human subjects.
Results and Discussion
The Mann-Whitney test indicated no substantial differences between the 2020 and 2021 samples (U = 15.5; z = -1.93; p > .05). Due to this result and the fact that the instruments used and the content of the workshops were the same, it was decided to include all participants in subsequent analyses as a single sample.
Through the Wilcoxon test, it was determined that there was a significant difference between the pre- and post-intervention groups (T = 18.5; z = -2.54; p < .05). This allowed for the identification of the overall differences between the groups. The effect size of the differences was substantial (r = .61; cf. Cohen, 1988), indicating a substantial difference between the groups and supporting the effectiveness of the workshop. Table 2 displays the mean scores of participants at different points in the analysis.
Table 2: Differences in Pre- and Post-Intervention Time Management Scores
Note: Mean of negative ranks: -3.3; mean of positive ranks: 3.3.
The JT method was used to assess individual changes among the participants. This method is based on the calculation of the Reliable Change Index (RCI) and the Clinical Significance (CS) score. The RCI is calculated as follows:
RCI =
Where x2 and x1 represent the post- and pre-intervention scores, respectively; s1 represents the standard deviation of the pre-intervention group; and rxx represents a measure of reliability of the questionnaire used (in this case, Cronbach’s α). This latter measure impacts the extent of the Reliable Change Interval, which represents the margin of error of the measure. The higher the instrument’s reliability measure in the sample, the smaller the margin of error, making the changes more reliable and requiring less fluctuation in values for the results to be considered statistically significant.
The Clinical Significance (CS) score can be obtained in three ways, depending on the availability of normative scores (Jacobson & Truax, 1991). The method selected for obtaining the CS without using normative scores involves the equation , where M1 is the mean of the pre-intervention sample, and s1 is the standard deviation of the pre-intervention sample. It serves to categorize participants in clinical samples as “recovered” or “not recovered,” meaning a participant may show improvement and still fit into a clinical sample or not. Participants with a score high (or low) enough to exceed the CS threshold would be categorized as “recovered” The CS threshold in this sample was 8.61.
The RCI values are standardized to the Z score. A score indicates that the observation is 1 standard deviation above or below the mean (the absolute value of Z is used here because the value can be positive or negative). In a normal distribution, a score represents observations in the 2.5 % and 97.5 % percentiles, which represents a probability of occurrence less than 5 %. An RCI greater than 1.96 or less than -1.96 would be unlikely to occur (with p < .05) without indicating a true change (Jacobson & Truax, 1991).
Table 3 presents the changes in the individual scores of each participant before and after the workshop. Four participants had negative changes after the intervention, however, none of them were considered statistically significant. One participant had no change, 10 had positive changes, but within the margin of error, and two had reliable positive changes. Participant 7 had a post-intervention score below the CS threshold, however, within the margin of error.
Table 3: Comparison of the participants’ scores before and after the implementation of the workshops
Note. RCI: Reliable Change Index. Interpretation: conveys the meaning of these values: ARC: Absence of Reliable Change and PRC: Positive Reliable Change. Negative values represent positive changes because lower scores on the TMI imply better time management.
Figure 1 presents the relative positions of the scores for each participant (P1, P2, P3,..., P17) before and after the workshops. Participants located outside the lower boundary of the Reliable Change Interval, represented by the gray area surrounding the bisector (dashed diagonal line), are those who indeed demonstrated statistically significant positive changes (with p < .05).
Figure 1: Comparison of Pre- and Post-Intervention Scores Graph
Note: The bisector represents the point where pre- and post-intervention scores would be identical. Only participant 12 achieved identical scores at these two time points. Scores above the bisector imply higher scores and scores below it lower scores.
The present study aimed to assess the effect of a workshop-format intervention that provided resources for improved time management. It is understood that various psychosocial difficulties stand out in the adaptation process, among which time management is a significant challenge. In the literature, the importance of time management has been associated with better academic performance, as students with better performance tend to distribute their available time more appropriately between study tasks and other activities in their routines (Marcilio et al., 2021).
The significance of disseminating knowledge about time management has previously been highlighted in earlier studies as a valuable resource for reducing stress and the feeling of lack of control among individuals in general (Leahy et al., 2013; Freires et al., 2021). During the implementation of the intervention, it was observed that this topic was of considerable relevance to the university population, which had already been suggested in other studies (Oliveira et al., 2016; Soares et al., 2023). In another study stemming from time management workshops, Soares et al. (2023) presented participants’ perceptions of different time management strategies. It was possible to observe that significant themes emerged, including challenges related to meeting deadlines, motivation and expectations regarding the intervention, which included organizing study time and setting priorities, how students manage daily commitments, and distractions identified by students as hindrances to better time organization.
The workshop was developed based on the initial idea presented by Estrada et al. (2011) that a methodological guide for systematizing the steps of planning, managing, and controlling time could be an effective starting point, resulting in improvements in people’s daily lives. The authors also stated that a model presenting the key technical and behavioral elements found in the literature could facilitate the understanding and application of time management, which was corroborated by the experiences of the current study. This data was also corroborated by considering the themes that emerged during the intervention, which included daily issues and challenges in time management (Soares et al., 2023).
One of the main gains from the intervention was providing the participants with various tools for constructing a time management model to help control their immediate environments. It is should be highlighted that although these practices are referred to as “time management”, they actually involve the administration of activities that can be modified by the individual in interaction with the environment (Yoshiy & Kienen, 2018). The ability to manage one’s actions in relation to environmental variables is a significant benefit provided by these models.
Simultaneously, individual aspects were also addressed in the workshop, such as the ability to reflect on one’s own academic and personal requirements and goals, as these topics had already been reported as crucial by other researchers (Marcilio et al., 2021). Therefore, encouraging the participants to think about and describe their short-term, medium-term, and long-term goals became a relevant discussion point during the intervention. Additionally, the workshop focused on achieving coherence between daily activities and long-term goals, translating ideas related to career planning into concrete plans, which is one of the aspects reported in the literature that motivates people to see workshops of this kind (Alves & Teixeira, 2021; Oliveira et al., 2016).
It can be affirmed that the intervention led to a significant decrease in the overall group scores in time management. It should be noted that this decrease can be seen as a positive point, as higher scores in the TMI indicate poorer time management skills. It should be considered that the results of the instrument scores are vulnerable to fluctuations that may be attributed to external circumstances such as assessment periods or increased workload at the university, among other personal factors. However, at an individual level, although four participants showed negative changes in time management after the workshop, none of these results were considered statistically significant.
The overall results were positive: although according to the JT method, one participant did not show a difference, and ten participants experienced positive changes within the instrument’s margin of error, the general trend, as indicated by the Wilcoxon test, was a substantial improvement with a considerable effect size (r = .61) in participants’ scores as a result of the intervention. Moreover, two participants achieved reliable positive changes according to individual-level analyses.
It should also be emphasized that the results were collected immediately after the workshop’s conclusion, meaning the intervention’s effectiveness was confirmed in a short period, shortly after participants’ first contact with the discussions and strategies presented. It is possible that the positive effects may be extended depending on the application of the techniques learned by participants in their routines. Therefore, it would be reasonable to assume that the effects of the workshop might be better perceived in the long term. However, it should be noted that this result may also reflect an immediate adoption of the techniques learned by the participants, and it cannot be guaranteed that the gains would be incorporated into students’ routines. Therefore, the results should be interpreted with caution.
The structure of the intervention was developed based on what was presented as relevant themes and effective possibilities of models or strategic planning for time management. Considering how time management was addressed and the predominantly positive outcome of the workshop, it can be concluded that the techniques and strategies proposed to align these models with the participant’s own routine seems to be an efficient means of improving time management in the university context.
Furthermore, the workshop experience facilitated the exchange of experiences and suggestions among the participants. Therefore, alongside the opportunity to learn strategies and techniques, the sharing of experiences among the students was also valuable. This opportunity allowed the participants to perceive that their problems are common and not idiosyncratic.
Conclusions
This study aimed to present and evaluate the effect of an intervention conducted with university students. It was observed that the group obtained a lower mean score in relation to their pre-intervention scores, which is a positive outcome, indicating an improvement in the majority of students and aligning with the literature, which suggests that even a brief intervention has positive effects.
However, there are some limitations to this study. One limitation is the short time between the intervention and the final evaluation, with the absence of follow-up data collection. Although the assessment conducted using the JT method allows for a reliable investigation of changes in scores before and after an intervention, it is recommended that a follow-up assessment be conducted to confirm the long-term benefits of the intervention. Furthermore, the analysis was conducted with participants collected one year apart, and in the context of the COVID-19 pandemic, which may be an uncommon situation, despite the similarity in pre-intervention scores between the groups.
Considering the relevance of this repertoire for the academic and professional lives of all students, it is recommended that more workshops be conducted so that more university students can benefit from the practice of better time management and develop improved strategies for managing their time in the university context.
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Data availability: The dataset supporting the results of this study is not available.
How to cite: Soares, A. B., Alves, P. R. S., Jardim, M. E. M., Medeiros, C. A. C., Ribeiro, R. (2023). Time management in the routine of university students: results of an intervention. Ciencias Psicológicas, 17(2), e-2845. https://doi.org/10.22235/cp.v17i2.2845
Authors’ participation: a) Conception and design of the work; b) Data acquisition; c) Analysis and interpretation of data; d) Writing of the manuscript; e) Critical review of the manuscript.
A. B. S. has contributed in a, b, c, d, e; P. R. S. A. in b, c, d; M. E. M. J. in b, c, d; C. A. C. M. in b, d; R. R. in b, d.
Scientific editor in-charge: Dra. Cecilia Cracco.